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Tudo em aberto de novo nas comunidades urbanas

Processo de descentralização administrativa continua a assumir novos contornos a cada dia que passa

O município de Penamacor poderá seguir a Covilhã e Belmonte numa Comunidade Urbana com os municípios da Beira Interior Norte caso Castelo Branco se junte a Nisa na Grande Área Metropolitana do Alentejo. Esta é a posição que o autarca penamacorense, Domingos Torrão, expressou a “O Interior” na última segunda-feira, ressalvando no entanto que a posição oficial do município apenas seria definida ontem em reunião do executivo camarário, depois do fecho desta edição. O edil esperava que saísse algum «fumo branco» da reunião de terça-feira na Câmara de Nisa, mas segundo “O Interior” apurou, a autarca daquele concelho do Alto Alentejo não se quis unir ainda numa unidade territorial com Castelo Branco porque pretende continuar a insistir e a mover esforços para a criação da Grande Área Metropolitana do Alentejo.

Daí que o processo tenha ficado adiado para amanhã, sem que nenhum dos outros autarcas da Cova da Beira tenha tomado uma posição, à excepção de Domingos Torrão, que face à indecisão que reina para os lados de Castelo Branco tem vindo a manifestar a vontade de se unir aos municípios do distrito da Guarda. A insistência de Nisa por uma GAM deixa tudo em aberto na Beira Interior, principalmente para os municípios do Fundão, Castelo Branco e também Penamacor, que ainda há algumas semanas atrás afirmava seguir o Fundão por causa da grande proximidade rodoviária e das relações comerciais. Dado o impasse, a Beira Interior Norte volta a surgir como uma das maiores alternativas para a constituição da Comunidade Urbana, só possível de ser criada se houver um limite mínimo de 150 mil habitantes. Nela, já estão incluídos os municípios de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Mêda, Pinhel, Sabugal, Trancoso e Manteigas e, ao que tudo indica, Belmonte e Covilhã, se bem que ainda não houve reuniões com as NUT da Beira Interior Norte e a Cova da Beira.

Vários cenários para uma só região

Mas se a ligação a Portalegre e a Nisa falhar restam outros cenários a Castelo Branco e ao Fundão. São os novos contornos que vão surgindo à medida que o tempo passa, havendo assim a possibilidade do Fundão e dos municípios a Sul da Gardunha se juntarem à comunidade Médio Tejo (onde já está Vila de Rei) ou à intermunicipal do Pinhal Interior, existindo ainda à hipótese de se criar uma Grande Área Metropolitana das Beiras para juntar os vários blocos que se têm criado na região, ou seja, a Beira Interior Norte, Beira Interior Sul e o Pinhal. Mas para Belmonte e a Covilhã tudo continua também «em aberto» depois de ter sido praticamente garantido a agregação aos nove municípios da NUT Beira Interior Norte. Contrariamente ao que tinha sido noticiado na semana passada – por um engano de datas do presidente da Câmara da Covilhã –, os municípios da Cova da Beira só amanhã discutirão as comunidades com os respectivos executivos camarários.

Em Belmonte, tudo está encaminhado para uma integração a Norte, assegurou Amândio Melo, que acredita ainda na possibilidade de se constituir até 31 de Março a Comunidade Urbana para poder beneficiar da verba de 2,5 milhões de euros disponibilizados pelo Governo para a instalação das primeiras entidades. «Ainda estamos a tempo», acrescenta. Já na Covilhã, a integração do município numa Comunidade Urbana pode não ir à sessão de câmara desta sexta-feira nem tão pouco à reunião extraordinária prevista inicialmente. «Não quero alimentar mais esse boletim», respondeu Carlos Pinto quando questionado por “O Interior” sobre a criação das comunidades. «Agora só falarei quando for para assinar a constituição da comunidade ou para dizer que não há», acrescentou o presidente do município covilhanense.

Liliana Correia

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