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Troca de líquidos provoca queimaduras na vista de paciente

Fábio Monteiro foi atendido no Centro de Saúde de Pinhel e exige uma indemnização pelos danos provocados

Uma deslocação aparentemente inofensiva ao Centro de Saúde de Pinhel para retirar uma possível limalha do olho transformou-se num pesadelo para Fábio Monteiro. O cidadão brasileiro acusa a enfermeira e o médico que o atenderam no dia 19 deste mês de terem trocado um colírio por um ácido que lhe provocou queimaduras graves na vista direita. Revoltado com a situação, quer o caso investigado e exige uma indemnização, até porque não pode trabalhar devido à lesão.

Fábio Monteiro explica que decidiu ir às Urgências do Centro de Saúde de Pinhel, já que tinha «qualquer coisa no olho, não sabia se uma limalha, se uma pedra», que lhe estava a provocar «muita impressão». Eram cerca das 6h30 quando recorreu àquele serviço «para tirar o que tinha do olho e andar bem durante o dia». Após ser observado, relata que, tanto a enfermeira como o médico, «disseram que não viram nada» e decidiram então aplicar-lhe umas gotas. Foi aí que começou o martírio: «Meteram-me uma espécie de um ácido que, conforme caíram duas gotas, comecei aos gritos. De imediato, eles viram o que se passava e vieram com duas bisnagas de soro. Saí de lá todo encharcado de soro», garantiu. De seguida, numa situação que deixou Fábio ainda «mais preocupado», o médico mandou darem-lhe uma injecção, taparem-lhe o olho e mandou-o para casa. Aí, o seu «desespero» era «tão grande» que a sua esposa lhe disse para tirar o penso para ver o que tinha. «Viu logo que tinha a cara toda queimada e o olho parecia que ia saltar para fora», refere.

O casal tentou então saber junto do centro de saúde qual o produto administrado, mas, após uma resposta negativa, deslocaram-se ao Hospital da Guarda, onde «já sabiam o que tinha acontecido. Eles ligaram para lá a dizer que tinha havido um erro e que me tinham colocado o FENOL OD, que é corrosivo», adianta Fábio. Na Guarda, limparam-lhe a vista e deram-lhe um analgésico para aguentar a dor, tendo seguido de ambulância para os Hospitais da Universidade de Coimbra, onde recebeu a confirmação de que tinha queimaduras «por dentro e por fora» do olho. Entretanto, já regressou novamente a Coimbra: «Disseram-me que da parte de fora, conforme vai secando, pode ser que a pele se vá regenerando», conta. Já o interior do olho «está um bocado danificado». Tanto assim que o médico que o atendeu terá explicado a Fábio Monteiro que veria novamente do olho direito, «mas não a cem por cento, deixou isso bem claro», lamenta.

A residir em Portugal há nove anos, o queixoso considera que a «enfermeira errou» porque devia ter «visto o frasco que pegou ou confirmar o que estava lá dentro», considera. Mas também aponta o dedo ao médico: «A negligência maior foi do médico, porque ao ver a situação devia ter assumido o erro e mandar-me para algum lado para ser visto de imediato. Não era mandar-me para casa, pois o tempo perdido pode ter queimado mais a vista e agravado a situação», acusa. Fábio Monteiro já recorreu aos serviços de um advogado porque quer ser indemnizado, uma vez que não pode trabalhar: «Se não trabalho, não recebo e tenho as minhas despesas, com casa, carro, água e luz», sublinha, acreditando que os clínicos em causa terão que ser responsabilizados por negligência. Contactado por O INTERIOR, Alexandre Raposo, coordenador substituto do Centro de Saúde de Pinhel, confirmou que foi aberto um processo de averiguações. «Estamos na fase de inquérito e a ouvir as pessoas envolvidas. Depois, a situação vai seguir os seus trâmites legais», declarou.

Ricardo Cordeiro

Comentários dos nossos leitores
maria teresa maria teresa@sapo.pt
Comentário:
este senhor está aproveitar, quer é dinheiro, com um problemas deste como diz não anda por ai a sorrir e fazer filmes, é uma história estranha.é
 

Troca de líquidos provoca queimaduras na
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