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Tribunal da Covilhã julga caso de extorsão com prostituta

Começou na passada quinta-feira no Tribunal da Covilhã o julgamento de um grupo que envolve uma prostituta, um ex-funcionário da autarquia local e um chefe da PSP e que terá extorquido milhares de euros a vários homens.

A mulher é acusada de extorsão na forma continuada, associação criminosa, burla qualificada, lenocínio, auxílio a imigração ilegal com intenção lucrativa, corrupção ativa e dois crimes de falsificação de documento. Na primeira sessão, o advogado de Janete Pires, de 39 anos e principal arguida, invocou que o caso foi investigado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sem que tivesse competência para tal pelo que requereu a nulidade do processo. Contudo, a juíza presidente do coletivo, Alexandra Reboredo, considerou o pedido improcedente depois do procurador do Ministério Público ter referido que a investigação foi delegada no SEF por sugestão do coordenador da Judiciária da Guarda. O processo tem dez arguidos, sendo que Janete Pires e o companheiro, Ricardo Madaleno, 33 anos, cantoneiro da Câmara da Covilhã, estão em prisão preventiva.

Segundo a acusação, Janete seduziria homens com posses aos quais seriam extorquidas elevadas quantias depois de ameaçados por Mário Serrano – que não compareceu na primeira audiência de julgamento – e Ricardo, todos com a ajuda do chefe de polícia da PSP da Covilhã, Francisco Casteleiro. A vítima que perdeu mais dinheiro ficou sem 400 mil euros e teve de recorrer ao Rendimento Social de Inserção e até o marido da principal arguida caiu na miséria e foi apoiado por uma instituição antes de morrer, refere a acusação. Na primeira sessão, todos os arguidos escusaram-se a prestar declarações, com exceção de Isabel Gregório, 46 anos, funcionária bancária acusada de facilitar a Janete o acesso às contas das vítimas. Devido à natureza sexual de alguns dos crimes em causa, que envolvem várias vítimas, o coletivo entendeu que o julgamento decorrerá à porta fechada, sendo permitida apenas a entrada a jornalistas.

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