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Tribunal agrava condenação a um dos arguidos no caso da Borralheira

Juíza considerou que o seu silêncio durante o julgamento apontou para a incriminação

O Tribunal da Covilhã agravou, na semana passada, a condenação de uma jovem e manteve a de outro no caso da morte de um homem atado às grades de um café na Borralheira de Orjais, em 2007.

Neste segundo julgamento, determinado pelo Tribunal da Relação de Coimbra a que ambos tinham recorrido após a condenação em primeira instância, Eduardo Pinto (23 anos) e Nídia Afonso (25 anos) foram sentenciados a oito meses de prisão com pena suspensa, cada um, pelo crime de omissão de auxílio. A arguida viu aumentada em dois meses a pena a que já tinha sido condenada no julgamento de 2009, em que, para além dela e de Eduardo, foram condenados outros quatro jovens. Apesar de terem recorrido, o Tribunal da Covilhã reafirmou que os dois estavam num carro e aperceberam-se pelos espelhos retrovisores de que outros quatro amigos estavam a amarrar a vítima, João Inácio.

Segundo o acórdão, os dois arguidos sabiam que já todos tinham ingerido bebidas alcoólicas e não prestaram o auxílio necessário, nomeadamente, desatando a vítima. A juíza que presidiu ao colectivo considerou também que o silêncio dos arguidos durante o julgamento aponta para «a incriminação» e para o facto de não quererem assumir as consequências. Destacou ainda o choque que o crime provocou na comunidade local, classificando-o como um acto de «gravidade» e «horror», com grande divulgação na comunicação social. O tribunal suspendeu as penas agora anunciadas por um ano, mas os arguidos vão recorrer da decisão.

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