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Treze anos

Editorial

O jornal O INTERIOR nasceu há treze anos. Um tempo longo que passou depressa, nestes tempos em que tudo corre a uma velocidade estonteante, em que as mutações se sucedem vertiginosamente, em que fazer um jornal é cada vez mais complexo e difícil, e em que informar e opinar é um acto temerário como outrora.

Passaram treze anos… Um tempo de grande entusiasmo e dinâmica sempre com a utopia de contribuirmos para uma região mais informada e desenvolvida, sempre acreditando que apesar das nossas limitações e inépcias, com os nossos erros e falhas, poderíamos mudar para melhor a nossa comunidade. Hoje, mesmo quando ouvimos ataques vis e críticas pérfidas, sabemos que cumprimos o nosso papel, sabemos que não agradamos a todos – e ainda bem – porque nada pode atestar melhor a nossa competência e idoneidade do que essa reacção negativa quando a razão está do outro lado, quando não dobramos perante a sobranceria e os poderes instituídos, quando não aceitamos a altivez, quando não calamos perante a soberba. Com custos, custos muito altos. Ainda mais quando à nossa volta o mundo treme e todos vivemos o pânico do dia-a-dia, o medo do amanhã… Que fácil seria fazermos um jornal tranquilo, sem turbulências, sem agitar águas, servindo os amigos e os inimigos, como tantos outros, sem o risco de ser mal-amado ou criticado. Preferimos ousar, fazer jornalismo e informar, acreditar que dessa forma contribuiremos para algo maior, mesmo que alguns digam o contrário, sem nunca terem sido postos à prova. Por isso vale a pena recordar Óscar Wilde: «A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre».

Nestes treze anos acreditamos ter construído o melhor jornal da região. Com defeitos e virtudes. E mudámos o panorama informativo da região. Com a certeza de que aqui chegados, bem mais longe do que aquilo que muitos auguravam, aspiramos à consolidação como empresa – sem as prerrogativas dos jornais que pertencem a IPSS e cujas facilidades lhes permitem viver com tranquilidade, ainda que com subserviência.

Treze anos depois… tal como no primeiro dia, vivemos entusiasmados com um projeto que se renova. Num momento de dificuldade generalizada, de depressão coletiva, de retração económica, de falências e insolvências, de insegurança e precariedade, o jornal O INTERIOR faz hoje uma opção de risco: mudar. Mudar de formato, de apresentação e grafismo, com mais cor, agrafado e aparado para dar mais conforto ao leitor, e com renovada dinâmica editorial: com novas rubricas na Cultura, com mais espaço para o Desporto, com a aposta na memória, na reportagem, na entrevista… Acreditamos que só investindo é possível contrariar as dificuldades deste tempo de crise. Acreditamos que só arriscando podemos ter sucesso. Neste jornal não ficamos, não podemos ficar, de braços cruzados a assistir à degradação da sociedade, à destruição da economia, à fuga massiva de empresas e pessoas. Acreditamos nesta região e, passados 13 anos, acreditamos, como no primeiro dia, poder contribuir para “dar vida ao interior”. Agradecemos a todos os que contribuíram e nos ajudaram a chegar aqui.

Luis Baptista-Martins

Comentários dos nossos leitores
Clara Costa clara.costa1957@gmail.com
Comentário:
Parabéns. Continuem a trabalhar em prol desta região. Eu sei que há críticas que criam inimigos, mas, por vezes, é necessário fazer trabalhos jornalísticos em que se diga quem é o responsável por determinada situação. Creio que neste ponto e relativamente à Guarda, os senhores precisam de ser mais claros. Espero que o façam brevemente.
 

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