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Três bombeiros de Famalicão com prognóstico reservado em Coimbra

Equipa estava a fazer fogo controlado no incêndio de Muxagata quando foi apanhada pelas chamas atiçadas por uma súbita mudança de vento

Continuam com prognóstico reservado três dos quatro bombeiros de Famalicão da Serra que ficaram feridos na passada quinta-feira, no incêndio de Muxagata (Vila Nova de Foz Côa).

Joaquim Ruano, de 45 anos, foi transferido de Bragança para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que, em comunicado, refere que o voluntário está internado na unidade de queimados e encontra-se «entubado, ventilado e com prognóstico reservado», apresentando «26 por cento da superfície corporal queimada, com queimaduras ao nível da extremidade cefálica, membros superiores e inferiores». No mesmo serviço está Albano Romano, de 62 anos, com «17 por cento da superfície corporal queimada, com atingimento da face, mãos e membros inferiores». Também ele está entubado, ventilado e com prognóstico reservado. A situação de Acácio Esteves, de 20 anos, será a que inspira menos cuidados, estimando-se que possa regressar a casa por estes dias. Já Valter Ruano, de 24, está internado no Hospital de S. João, no Porto, uma vez que seu estado de saúde será o mais preocupante.

A equipa de cinco elementos dos voluntários de Famalicão estava a fazer «fogo controlado na berma de uma estrada juntamente com bombeiros de outras corporações quando uma súbita mudança de vento fez as chamas avançar rapidamente na sua direção, tendo sido apanhados na projeção», contou a O INTERIOR Francisco Gonçalves. O comandante da corporação confirmou que um quinto elemento saiu ileso da ocorrência e conseguiu «salvar o carro». Tudo aconteceu cerca das 13 horas de dia 29, hora e meia antes do fogo ter sido dado como dominado. As chamas deflagraram na madrugada de quarta-feira. Este não foi o único incêndio registado nesses dias no concelho de Vila Nova de Foz Côa. Outro iniciado na zona de Almendra ganhou proporções e chegou a atingir painéis de arte rupestre do Parque Arqueológico do Vale do Côa, mas nenhum dos núcleos acessíveis a visitas foi tocado pelo fogo.

«Há áreas com painéis de rocha com arte rupestre inventariados onde o fogo passou. O núcleo da Penascosa, o mais visitável do parque, não foi afetado e a área tinha sido limpa há cerca de quinze dias, na zona de acesso público», declarou aos jornalistas Fernando Real. O presidente da Fundação Côa Parque, que gere o Parque Arqueológico e o Museu do Côa, adiantou que «a avaliação do estado [das gravuras] só poderá ser feito após o rescaldo do incêndio», mas acrescentou que «a área do parque nas encostas do Vale do Côa, quer na margem direita (Algodres e Almendra), quer na margem esquerda (Muxagata, Chãs, Tomadias e Santa Comba), ardeu completamente». O responsável disse ainda que o património natural, inserido na Rede Natura 2000, foi «fortemente destruído dentro desta área protegida» pelo fogo, que atingiu grandes proporções.

Pastor é suspeito da autoria do fogo de Muxagata

A GNR identificou no passado dia 28 um pastor, de 43 anos, suspeito de ter ateado o incêndio florestal na Muxagata (Vila Nova de Foz Côa).

Fonte do Comando Territorial da GNR da Guarda adiantou que o homem foi identificado por militares do Núcleo de Proteção Ambiental da GNR de Pinhel, após habitantes terem visto o suspeito no local onde eclodiram as chamas. «Feitas as diligências habituais, encontrámos o indivíduo num café da aldeia. Identificámo-lo e participámos [o caso] ao tribunal de Vila Nova de Foz Côa», referiu a mesma fonte. Alegadamente, o pastor terá agido «com a intenção de queimar» uma zona de mato para criar pasto para alimentar o gado, acrescentou a GNR.

Luis Martins Acidente aconteceu cerca de hora e meia antes do fogo ter sido dado como dominado

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