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Três antigas áreas mineiras recuperadas na Guarda

EDM investe 2,5 milhões de euros para transformar zonas do Prado Velho, Forte Velho e da ex-fábrica de rádio do Barracão em espaços de lazer

As áreas mineiras de Prado Velho (Jarmelo/Pínzio) e do Forte Velho (Guarda), bem como a antiga fábrica de rádio e urânio do Barracão (Panóias) vão ser alvo de trabalhos de descontaminação e requalificação.

A empreitada, da responsabilidade da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), representa um investimento de 2,5 milhões de euros e foram adjudicadas à empresa Oliveiras SA pelo prazo de 8 meses. O auto de consignação foi assinado na passada quinta-feira na Câmara da Guarda e as obras vão arrancar nos próximos dias. Carlos Caxaria, presidente da EDM, adiantou que estas intervenções fazem parte do plano nacional de recuperação de antigas áreas mineiras degradadas, iniciado em 2001, que consiste na descontaminação e requalificação destes locais. «Já recuperámos 80 sítios, tendo sido dada prioridade aos radioativos, e no início deste novo quadro comunitário de apoio estamos a avançar para casos como os da Guarda», referiu o responsável. O presidente da EDM sublinhou que estas obras não implicam despesa do Estado, mas são financiadas pelos fundos comunitários e pelas “royalties” pagas pelas empresas mineira que operam em Portugal.

Segundo Edgar Carvalho, responsável pela área técnica e ambiental da EDM, no Prado Velho, onde existiu uma mina explorada a céu aberto, serão depositados materiais das escombreiras envolventes, incluindo os provenientes do Forte Velho e do Barracão. O projeto de requalificação contempla ainda a criação de um espelho de água para fins agrícolas e a recuperação paisagística da área. O engenheiro revelou também que na antiga mina de Forte Velho, a mais próxima da Guarda, serão demolidas infraestruturas, retiradas escombreiras e selado o poço mestre da mina, estando também prevista a recuperação paisagística. O mesmo tratamento vai ter a antiga fábrica de rádio do Barracão, que produziu sais de rádio e processou urânio entre 1912 e 1944. Aqui serão demolidos os edifícios, removidos restos de minério e saneados os solos.

A EDM estima que em dezembro estes três locais estejam em condições de serem devolvidos às populações. «É necessário o envolvimento das entidades locais para assegurar a manutenção e o aproveitamento destes futuros espaços de lazer», disse Carlos Caxaria. Álvaro Amaro concordou: «Temos que lhes dar novo uso. Já que não há minério aproveitemos estas zonas para outra fonte de riqueza ambiental e paisagística», afirmou o presidente da Câmara da Guarda, desafiando as Juntas e a sociedade civil a aproveitar os oito meses da empreitada para pensar no que fazer nestas áreas. No caso do Barracão, Jacinto Dias, presidente da Junta de Panóias, reconheceu que esta requalificação vai trazer, «antes de mais, tranquilidade e paz de espírito às pessoas porque desaparece um foco de desconfiança». Depois, «a população vai poder usufruir finalmente deste espaço», acrescentou, dizendo haver «várias ideias» para concretizar nos 1,5 hectares da antiga fábrica – uma delas pode ser um museu do rádio.

Luis Martins Empresa desafiou entidades locais a definir nova utilização destas zonas

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