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Transistor mais pequeno do mundo

Mitocôndrias e Quasares

Uma investigação realizada por uma equipa de físicos australianos colocou a funcionar um transistor do tamanho de um átomo. O pequeno dispositivo eletrónico, apresentado na revista Nature Nanotechnology usa como componente ativo um átomo de fósforo. Em termos tecnológicos este novo tamanho de transistores irá, com toda a certeza, acelerar o desenvolvimento de computadores super-rápidos, uma vez que estes aparelhos são uma peça chave na produção (e revolução) dos circuitos eletrónicos. Historicamente, o impacto do transistor foi grande, já que a capacidade de amplificar sinais elétricos destes aparelhos permitiu que, em pouco tempo, este dispositivo, substituísse as válvulas na maioria das aplicações eletrónicas. O transistor contribuiu para todas as invenções relacionadas com os circuitos integrados ao ponto de, praticamente, todos os equipamentos eletrónicos projetados hoje em dia utilizarem este tipo de componentes. A este facto, não é alheio o conjunto de caraterísticas que podemos encontrar nestes aparelhos: pequenas dimensões; muito leves; muito resistentes; elevada eficiência; não necessitam de tempo de aquecimento e funcionam com tensões elétricas de baixo valor.

O principio do transístor é poder controlar a corrente. Ele é montado numa estrutura de cristais semicondutores, de modo a formar duas camadas de cristais do mesmo tipo intercaladas por uma camada de cristal do tipo oposto, que controla a passagem de corrente entre as outras duas. Cada uma dessas camadas recebe um nome em relação à sua função na operação do transístor, As extremidades são chamadas de emissor e coletor, e a camada central é chamada de base. (ver figura).

Os primeiros transístores eram dispositivos simples destinados a operarem apenas com correntes de baixa intensidade, sendo, portanto, quase todos iguais nas principais características. Com o passar dos anos, ocorreram muitos aperfeiçoamentos nos processos de fabricação que levaram os fabricantes a produzirem transístores capazes de operar, não só com pequenas correntes, mas também com correntes elevadas.

Esta nova aplicação, apresentada agora na Nature, revela-se um contributo essencial para o futuro destes aparelhos, combatendo a ideia de que a utilização dos transistores pode ter os dias contados. O fim de linha destes aparelhos é apontando num documento publicado no Journal of Applied Physics, onde a HP revela que três membros do seu grupo Quantum Science Research apresentaram um elemento que proporciona a restauração e inversão do sinal requeridas pela computação sem ser necessário recorrer a um transístor.

Esta linha de pensamento segue uma outra que defende que o futuro da computação passa para a substituição dos transistores por átomos. Estes novos processadores, conhecidos por Processadores Quântico, têm potencial para serem eficientes ao ponto de realizarem em poucos segundos, o que os processadores atuais não poderiam nem em milhões de anos. Talvez esta tecnologia, transitores de tamanhos de átomos, possa ser integrada nestas duas ideias sobre o futuro da computação.

Ficamos, agora, a aguardar a passagem desta tecnologia para aplicações acessíveis ao público, com todas as vantagens que daí possam adverir.

Por: António Costa

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