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Trancoso aposta na energia eólica

Projecto de Lagar-Pingulinha é apresentado terça-feira pela Generg

O grupo Generg apresenta terça-feira o projecto eólico de Lagar-Pingulinha, no concelho de Trancoso. Trata-se do segundo investimento do género a avançar no distrito, depois da entrada em funcionamento do parque da Serra do Mosteiro, no Sabugal, em Novembro do ano passado. Estima-se que possa estar a funcionar em 2006, após a definição do ponto de interligação e da potência atribuída, «que foi inicialmente muito inferior à pretendida», recordou António Oliveira, vice-presidente do município.

O empreendimento foi protocolado em 2002 pela Generg, então um empresa do universo IPE, com a Câmara de Trancoso e as Juntas de Freguesia de Castanheira, Sebadelhe da Serra e Terrenho. O parque foi então apresentado à primeira fase de candidatura de produção de energia eólica, tendo sido atribuída uma potência para esta região em função da capacidade disponível que a rede eléctrica nacional podia receber e face às linhas existentes. O projecto eólico apresentava na altura uma previsão potencial de 32 Mw distribuídos por seis torres, cada uma com dois Mw, mas os promotores têm tentado conquistar mais potência. A iniciativa da Generg é considerada «muito importante» para o município, já que o investimento previsto ascende a 35 milhões de euros. A concessionária vai ainda disponibilizar dez por cento do capital social do projecto a um ou mais investidores locais que queiram participar. A própria autarquia tem direito a usufruir de 2,5 por cento da produção do parque, estando igualmente estipuladas regalias e rendas para as freguesias abrangidas. Entretanto já foi celebrado um novo protocolo com outra empresa para a instalação de mais um parque eólico, mas a candidatura ainda não foi formalizada porque a segunda fase foi anulada sucessivamente e ainda não foi reaberta.

A sessão de apresentação do projecto eólico vai ficar a cargo do presidente da Comissão Executiva da Generg, João Bártolo, e do administrador do grupo, Hélder Serranho. António Oliveira falará por sua vez da importância das energias renováveis para o desenvolvimento do concelho. O grupo Generg, o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e um consórcio bancário constituído pelo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, Caja Madrid e Banco Português Imobiliário (BPI) assinaram, na semana passada, um protocolo que vai financiar projectos eólicos através da construção de 22 parques que terão uma capacidade total de 442 Mw até ao final de 2007. Constituída em 1998, a Generg reúne um conjunto de empresas que têm por objectivo a construção e exploração de aproveitamentos de produção de electricidade a partir de fontes renováveis, valorizando recursos endógenos nacionais. Os seus accionistas são a Lusenerg (57,5 por cento do capital) e o grupo Electrabel (42,5), agregando instituições portuguesas, como a Fundação Oriente, o Fundo Novenergia, a FLAD, SLN e PARTEX. O grupo tem em curso um plano de investimentos no valor de 480 milhões de euros. O financiamento de 365 milhões de euros será assegurado pelo BEI, com 230 milhões de euros, e por um consórcio constituído pelo Banco Bilbao Vizcaya Argentaria, Caja Madrid e BPI, que asseguram os restantes 135 milhões de euros.

Luis Martins

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