A tradição diz que o nascimento de Jesus Cristo ocorreu a 25 de Dezembro e como consequência deste acontecimento celebra-se o Natal. Mas será que esta data é rigorosa? Será que Jesus Cristo nasceu mesmo a 25 de Dezembro? Segundo alguns cientistas existem dúvidas quanto à data deste acontecimento. A verdadeira data do nascimento de Cristo não é conhecida, apesar de várias tradições anteriores ao século IV e cálculos por computador a colocarem no período de Janeiro a Março ou em Novembro, provavelmente no ano 4 a. C,
Este facto levamos a outra questão porque será, então, que não sendo conhecido o dia exacto do nascimento de Jesus Cristo, este é festejado a 25 de Dezembro.
O Natal tem as suas origens 300 anos antes do nascimento de Cristo, apesar de há muito tempo se saber que a decisão de declarar 25 de Dezembro como o dia do nascimento de Jesus foi tomada no século IV pela Igreja, sob influência do imperador romano Constantino, houve sempre dúvida sobre as razões exactas da escolha.
A escolha desta data ter-se-á devido ao facto de Constantino acreditar que o deus do Sol, Hélios, e Cristo eram virtualmente a mesma coisa, e 25 de Dezembro tinha sido decretado com o dia do nascimento do Sol 50 anos antes pelo imperador Aurélio. Aurélio, por sua vez, parece ter escolhido 25 de Dezembro porque desde a reforma do calendário romano, feita pelo imperador Júlio César em 46 a. C., esse dia foi fixado oficialmente como a data do solstício de Inverno.
A dúvida reside exactamente na razão desta escolha, uma vez que a data real para o solstício no tempo de Júlio César era 23 de Dezembro (este ano, à latitude de Lisboa, foi às 6h08 de 22 de Dezembro). Os académicos sempre se interrogaram sobre o porquê da escolha do dia 25.
Este estudo revela um pouco mais sobre as origens pré-cristãs do Dia de Natal, afirmando que o nascimento do Sol foi quase de certeza fixado no equivalente antigo do 25 de Dezembro, quando este dia era de facto o solstício de Inverno e marcava realmente o renascimento anual do sol – o dia em que o sol começa de novo a ficar mais alto no céu e os dias a tornarem-se mais compridos. Para conseguir fazer essa equivalência, os investigadores recorreram aos potentes computadores do Nautical Almanac Office, descobrindo que era necessário recuar à primeira metade do século III a. C.
A nova investigação sugere que um acontecimento-chave pode ter provocado toda a tradição do 25 de Dezembro. Esse evento foi a consagração da maior estátua ao Deus do Sol Hélios da Antiguidade Clássica – o Colosso de Rodes -, com 34 metros de altura e 200 toneladas. Considerada uma das antigas sete maravilhas do mundo, foi destruída por um terramoto e não chegou até nós nenhuma representação da estátua.
A provável data da consagração foi 283 a. C.. E nesse ano o solstício ocorreu em Rodes por volta do nascer do Sol do dia 25 de Dezembro.
Mais tarde o primeiro imperador romano cristão, Constantino, fundiu o culto do Sol com a cristandade, dando a entender que Cristo era, de facto, a manifestação terrena do Sol. O dia 25 de Dezembro tornou-se o Natal. O homem-deus cristão era também referido como o Sol da Justiça e num mosaico na cripta da Catedral de S. Pedro, no Vaticano, Jesus era – e ainda é – adornado com raios solares e guiava um carro, tal como o Sol.
Por: António Costa