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Trabalhadores das IPSS e Misericórdias em greve amanhã

Sindicato diz que «maiores atropelos» aos direitos dos funcionários acontece nos distritos da Guarda e Viseu

Os trabalhadores das Misericórdias e das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) realizam amanhã uma greve nacional de 24 horas para exigir melhores condições de trabalho e melhores salários. Manuel Ramos, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP) revelou, em conferência de imprensa realizada terça-feira em Coimbra, que a greve não será total porque os trabalhadores vão assegurar os serviços mínimos nas instituições que funcionam 24 horas por dia, conscientes da sua importância para os utentes.

De acordo com a organização sindical, estas instituições «mantêm ao seu serviço milhares de trabalhadores que auferem pouco mais do que o salário mínimo nacional, e que na sua maioria não têm vencimentos actualizados desde 2001, em resultado da recusa da União das IPSS de negociar com os sindicatos». Durante a conferência de imprensa, a FNSFP criticou também a postura dos sindicatos ligados à central sindical UGT por terem assinado um Contrato Colectivo de Trabalho com a Confederação da IPSS, que «retira direitos adquiridos e vem piorar as condições dos trabalhadores e dos utentes». Segundo Fernanda Almeida, responsável da FNSFP na zona Centro pelas IPSS, têm vindo a ser modificados os conteúdos funcionais dos trabalhadores, de modo que tanto «poderá prestar cuidados ao idoso como tratar da higiene da instituição».

«As crianças, os idosos e os deficientes têm direitos a ser respeitados», frisou a dirigente, salientando que essa polivalência afasta os trabalhadores das suas tarefas essenciais, de apoio aos utentes das IPSS. A greve de sexta-feira visa também pressionar o Ministério do Trabalho e Solidariedade Social a fazer inspecções ao funcionamento das instituições e fiscalizar a «forma como é gasto o dinheiro que entrega às IPSS». Fernanda Almeida salientou que a Inspecção do Trabalho não tem dado resposta aos pedidos de intervenção, frisando que a região Centro é onde se verificam os maiores atropelos, em especial nos distritos de Viseu e Guarda. Pretendem uma audiência com o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, e nesse sentido dirigiram-se esta tarde às instalações da direcção regional do centro da Segurança Social a pedir ao seu responsável, Mário Ruivo, para que interceda nesse sentido.

Comentários dos nossos leitores
ana ana-romeiro@hotmail.com
Comentário:
Trabalho numa ipss há 36 anos com um vencimento pouco mais de 500£é uma infâmia.É a escravatura do século 21
 

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