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Todos pela Radioterapia e Medicina Nuclear na Guarda

Assembleia Municipal aprovou, por unanimidade, uma proposta do deputado socialista Matias Coelho numa altura em que o assunto está para ser decidido pela tutela

A Assembleia Municipal da Guarda defende a instalação na cidade das novas unidades de Medicina Nuclear e de Radioterapia para servir os distritos da Guarda, Castelo Branco e Viseu. A proposta do deputado socialista Matias Coelho foi aprovada por unanimidade na sessão da passada sexta-feira.

Numa altura em que o Ministério da Saúde está a decidir onde vai sediar aqueles dois serviços para servir o Interior Centro, Matias Coelho aproveitou a última Assembleia Municipal para “agitar as águas” e alertar os guardenses para o que está em causa. «O distrito tem sido sistematicamente discriminado em termos de investimento público, nomeadamente na área da saúde, relativamente aos distritos vizinhos», começou por dizer o deputado, para quem a cidade mais alta cumpre um «requisito importante no tratamento do doente em Radioterapia e defendido pelo Governo e pelos técnicos da especialidade», que é o de estar «a menos de uma hora de viagem» de Viseu, Covilhã e Castelo Branco. Além disso, a proposta recorda que o Hospital Sousa Martins tem «instalações disponíveis» para acolher estes serviços, «o que diminuiria a utilização de recursos financeiros com a sua instalação».

Matias Coelho lembrou também que atualmente os doentes destes três distritos têm «de se deslocar centenas de quilómetros para o Porto, Coimbra ou Lisboa, com graves prejuízos para a sua saúde e com custos acrescidos para o erário público». O deputado e Bruno Andrade (Bloco de Esquerda) ainda quiseram saber qual era posição do executivo, isto porque os doze municípios do distrito da Guarda que fazem parte da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela apoiam a instalação da Medicina Nuclear no Fundão. Na resposta, Álvaro Amaro afirmou que quando chegou à Câmara o assunto «já estava decidido pela Comunidade Intermunicipal anterior e por razões do investimento necessário ser três vezes menor no Fundão». A proposta que defende a instalação dos serviços de Medicina Nuclear e de Radioterapia na Guarda vai ser enviada ao primeiro-ministro, ao presidente e grupos parlamentares da Assembleia da República, ao ministro da Saúde e à comissão parlamentar de Saúde.

A instalação de uma unidade de Medicina Nuclear no Hospital do Fundão é uma reivindicação antiga da autarquia e do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB). Em março deste ano o município lançou mesmo uma petição pública (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=medicnuclearfundao) – contava anteontem com 767 subscritores – para reivindicar um serviço inexistente em todo o Interior Centro. Entre os argumentos invocados está o parecer positivo das Unidades Locais de Saúde da Guarda, Castelo Branco e Portalegre e do CHCB, bem como o apoio dos 15 municípios que compõem a CIMBSE. No caso da Radioterapia, também reclamado por Viseu, o Governo anunciou, em fevereiro passado, que vai tomar uma decisão «ponderada, numa perspetiva não local, mas regional, que envolverá toda a Beira Interior», tendo em conta os estudos existentes, «alguns deles contraditórios», afirmou então o secretário de Estado da Saúde. Na altura, Manuel Delgado adiantou que se trata de um serviço «caro e sofisticado em meios tecnológicos e humanos» e que as recomendações internacionais indicam que «o ideal é que um doente em tratamento de radioterapia não deve estar a mais de 45 minutos de um centro», sendo que 60 minutos é um período de tempo «considerado aceitável». De acordo com este critério, a Guarda será a melhor localização no contexto regional.

Luis Martins Viseu e Fundão são as cidades “concorrentes” da Guarda para a instalação destes serviços

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