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«Toda a gente tem que remar para o mesmo lado para conseguirmos cumprir os nossos ideais»

Cara a Cara – Fernando Lucas

P – Quais as suas prioridades à frente do comando dos Bombeiros da Covilhã?

R- São várias as prioridades que estabeleci. Uma das principais é a formação e estabelecer um clima de coesão entre os bombeiros e espero que corra tudo bem.

P – Não houve esse clima de coesão até à sua nomeação?

R – Houve sempre. Somos uma corporação em que não temos tido grandes problemas a esse respeito, mas cada vez ambicionamos sempre muito mais e a minha intenção é essa.

P – A escolha do seu nome parece não ter sido consensual entre todos os elementos do corpo de bombeiros…

R – Não, pelo contrário, desde o início que foi logo um nome lançado. O problema é que se trata de um processo que se desenrola e depois surgiram outros nomes, até que houve a escolha que já toda a gente sabia que era da competência do presidente da direção.

P – Agora que já tomou posse, espera que todos possam remar para o mesmo lado?

R – Espero bem que sim e é para isso que nós cá estamos. Para tentar manter essa coesão e motivar os bombeiros ainda mais. São esses os meus objetivos e os da equipa que escolhi para trabalhar comigo. Eu conto com toda a equipa, com todos os 100 elementos. É uma grande equipa e se não remarem todos para o mesmo lado de certeza absoluta que não chegamos a bom porto. Toda a gente tem que remar para o mesmo lado para que consigamos cumprir os nossos ideais que são ajudar a população.

P – Esperava que o processo de substituição de José Flávio tivesse demorado cerca de nove meses?

R – Acho que até foi muito rápido porque este tipo de processos demora muito mais tempo. O problema que se colocou é que, normalmente, quando um comandante sai, deixa uma equipa preparada e não foi o caso. O comandante saiu e não deixou ninguém preparado e então teve que haver uma preparação prévia para que se conseguisse formar uma equipa. Eu estou sozinho neste momento, pois a outra equipa ainda não está formada e os seus elementos terão que ir para a Escola Nacional de Bombeiros fazer as formações adequadas. Só depois é que serão empossados.

P – O reforço do efetivo é um objetivo?

R – Esse é sempre um objetivo em qualquer corpo de bombeiros e estamos a tentar implementar um novo método de recrutamento. Vamos ver se conseguimos iniciar a escola duas vezes por ano para cativar mais jovens porque serão eles o futuro dos bombeiros. Vamos tentar fazer algo que motive a juventude a vir para os bombeiros.

P – Numa altura de crise é mais difícil atrair novos voluntários?

R – Cada vez está mais difícil porque, a nível de emprego, a situação está pior e as pessoas têm medo de represálias e que os patrões os excluam. Sabemos que no verão, por vezes, é necessário os bombeiros estarem no combate por várias horas e compreendemos que para uma entidade patronal é complicado estar a pagar a alguém que não cumpre o seu trabalho. Mas não tenho razões de queixa e costumo dizer que se durante o dia tiver um problema na cidade aparece o mínimo de elementos para combater o incêndio. Depois do horário de trabalho, às vezes há 100 por cento a mais do que aquilo que há durante o dia.

P – Em termos de viaturas, há alguma necessidade mais premente?

R – Gostaria imenso de ter um carro para combate a incêndios urbanos. Temos um que neste momento consegue colmatar as dificuldades que possamos ter na cidade, mas gostaria de ter um mais moderno e mais eficaz.

Fernando Lucas

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        lado para conseguirmos cumprir os nossos ideais»

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