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TMG já integra Rede de Teatros de Castela e Leão

Sala de espectáculos da Guarda passa a ser a única representante de Portugal

O Teatro Municipal da Guarda (TMG) é o primeiro, e até agora o único, a funcionar como extensão da rede de Castela e Leão em Portugal. O protocolo foi assinado na passada sexta-feira, no complexo cultural guardense, que passou a integrar oficialmente uma rede de teatros a funcionar em cerca de 23 cidades espanholas com diversos espectáculos em constante itinerância.

Através desta colaboração, o pelouro da Cultura e Turismo da Junta de Castela e Leão e a Câmara da Guarda pretendem promover, divulgar, difundir e apresentar os espectáculos desenvolvidos pelas companhias espanholas e portuguesas. Além disso, o parceiro espanhol compromete-se a promover uma digressão das companhias portuguesas, acordadas entre as partes, pelos Teatros da Rede de Castela e Leão, ficando o “cachet” correspondente a cada companhia por conta da Junta de Castela e Leão e das entidades locais. Em contrapartida, a autarquia da Guarda acolherá as companhias de Castela e Leão, previamente seleccionadas pelo director do Teatro da Guarda, ficando 60 por cento do “cachet” por conta da Junta de Castela e Leão e o restante para a autarquia. Por outro lado, o director artístico do TMG, Américo Rodrigues, participará semestralmente nas reuniões da Rede de Teatros e terá legitimidade para sugerir grupos portugueses aos responsáveis do outro lado da fronteira. «Estamos, de uma só vez, perante duas transformações essenciais. Por um lado, mudar as oposições de fronteira em disposições de cumplicidade. Por outro, substituir o discurso da interioridade pela afirmação de novas centralidades», regozijou-se António Pedro Pita, delegado da Cultura do Centro.

Trata-se de um protocolo assente no programa comunitário “Fronteiras imaginárias”, que «é uma designação muito apropriada e justa para o universo das artes», acrescenta António Pedro Pita. Já para Alberto Gutierrez Alberca, director-geral de Promoção e Instituições Culturais da Junta de Castela e Leão, que assinou o documento conjuntamente com o edil guardense, «este intercâmbio de experiências culturais favorece a todos». Da mesma opinião comunga Joaquim Valente, que destacou o enriquecimento que o protocolo vai trazer para a Guarda, mas também «para os nossos amigos de Castela e Leão, que terão oportunidade de mostrar as suas capacidades culturais». O autarca sublinhou ainda que a Guarda tem «uma nova centralidade, que começa à beira-mar, passa pela Guarda e prolonga-se até Castela e Leão. O eixo económico que já existe é agora reforçado com um eixo do conhecimento e da cultura», considerou Joaquim Valente. Com esta cooperação, o TMG passa a ser «mais uma sala para os espectáculos espanhóis», e vice-versa, como destacou Américo Rodrigues, em declarações a “O Interior”, em Novembro último, realçando o facto da Guarda se posicionar «como uma espécie de representante de Portugal», já que mais nenhum teatro português integra uma rede do género.

Patrícia Correia

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