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TMG “festivaleiro” de Outubro a Dezembro

Pedro Burmester e Rodrigo Leão são as “estrelas” da programação do próximo trimestre, que conta com três festivais

Pedro Burmester, Rodrigo Leão, Cristina Branco ou Júlio Pomar são alguns dos nomes mais sonantes que vão passar pelo Teatro Municipal da Guarda nos próximos três meses, numa programação que fica marcada pela realização de três festivais. O “Outonal – Festival de Música da Guarda”, o “Ribeirinha – Festival de Mulheres” e o “Dizsonante” prometem trazer até à sala de espectáculos da cidade grandes nomes da cultura nacional, mas não só. Na apresentação, realizada segunda-feira, os números de utentes do TMG, «inequívocos» segundo o autarca Álvaro Guerreiro, voltaram a estar em cima da mesa.

Nos primeiros meses de funcionamento, os responsáveis pelo TMG aproveitaram para «testar algumas actividades», daí que, de acordo com as opiniões e a receptividade dos espectadores, a programação tenha vindo a ser alvo de um «processo de reflexão». Mas uma coisa é certa, garante o director artístico, Américo Rodrigues, é que o TMG vai continuar a ser palco de espectáculos de «grande qualidade» e que o público da Guarda «não teria condições» de assistir, a não ser fora da região. Em relação à programação propriamente dita, o “Outonal – Festival de Música da Guarda” pretende divulgar, em Outubro, a música erudita. De destacar as actuações, no dia 22, do conceituado pianista Pedro Burmester e da Camerata Ensemble da Guarda, em versão “reforçada”, logo no dia 1. Trata-se de um «passo de gigante» para a orquestra, admite Américo Rodrigues. O próximo mês fica ainda marcado por um concerto vocacionado para surdos por Paula Teixeira e pelo espectáculo de dança “Memórias de um sábado com rumores de azul”, pela Companhia Paulo Ribeiro. Júlio Pomar, o «maior pintor português vivo», apresenta, de 15 de Outubro a 13 de Novembro, a exposição “Autografias”, feita «de propósito» para a Guarda. A ópera está de volta ao TMG no dia 21, com “Madame Butterfly”, pela Ópera Estatal de Odessa, enquanto no dia 29 sobe ao palco o «acordeonista diabólico», o finlandês Kimmo Pohjonen.

Quanto ao “Ribeirinha – Festival de Mulheres”, especialmente dedicado ao sexo feminino, está reservado para Novembro, destacando-se as actuações da fadista Cristina Branco, «uma das melhores da nova geração», da israelita Meira Asher, da iraniana Sussan Deyhim’s e da espanhola Fátima Miranda. A «internacionalização» da galeria de arte começa a 26 com uma exposição de três pintoras alemãs Gerda Lepke, Ingrid Kerma e Liane Birnberg. No “Ddizsonante”, um «pequeno, mas muito importante festival destinado a abolir todas as fronteiras entre as artes», a «vedeta» é a norueguesa Maja Ratkje que usa a voz como instrumento. O espectáculo está agendado para 2 de Dezembro. No dia seguinte, Rodrigo Leão sobe ao palco do grande auditório para apresentar músicas do seu último disco “Cinema”. Dia 10 regressa a dança com a Companhia Olga Roriz. O pequeno circo de Moscovo actua dia 16, num espectáculo especialmente dedicado aos mais novos.

Maioria dos munícipes já visitou TMG

Em jeito de despedida, Álvaro Guerreiro, edil guardense e presidente da Culturguarda, retomou o assunto dos números de utentes do TMG que tanta polémica têm gerado nos últimos tempos. No entanto, segundo o autarca, «não há dúvida de que os números são inequívocos», pelo que «façam-se as interpretações que se fizerem, contra factos não há argumentos», garante. Ainda para mais tendo em conta que o município da Guarda tem cerca de 44.500 habitantes e que o TMG registou no primeiro trimestre de actividade mais de 28 mil utentes: «Podemos dizer que esta casa já foi visitada por uma esmagadora maioria dos munícipes», sustenta. De resto, «para além da análise do número de utentes, é preciso ter a noção de que a relação custo/benefício tem repercussões a vários níveis na comunidade envolvente», acrescenta Álvaro Guerreiro, citando o exemplo da hotelaria e da restauração. Por outro lado, «mais do que os números», que apesar de serem «importantes» não deixam de ser uma «parte secundária», é preciso «sobretudo que as pessoas – público e críticos – comecem a analisar os conteúdos» da programação do TMG, insiste.

Ricardo Cordeiro

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