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TMG de nível

Arquitecto responsável pelo projecto conduziu “O Interior” numa visita guiada à nova sala de espectáculos da Guarda

Satisfeito com a obra, Carlos Veloso frisa que a partir de agora a Guarda vai ter um equipamento cultural «ao nível de algumas capitais de distrito e cidades do interior, como Bragança ou Vila Real e mesmo de certas salas do Porto e Lisboa». Aliás, «como esta é a mais recente, possivelmente tem um potencial que essas casas não têm», refere, assegurando que a Guarda fica «bem servida». No entanto, se do ponto de vista da arquitectura o resultado final é aquele que idealizou no papel, o mesmo não acontece na perspectiva da construção: «Há algumas coisas que não estão bem, mas nestas obras temos que viver com isso», admite. Sem querer especificar as falhas detectadas, o arquitecto indica tratar-se de «pormenores que só uma leitura de técnicos ou arquitectos consegue decifrar. De resto, uma pessoa normal não vai dar conta», tranquiliza. Em relação à ideia que escolheu para a concepção do TMG, onde, à primeira vista, as pessoas observam duas “caixas” espelhadas, o arquitecto adianta ter ido “beber” inspiração «em tudo o que aparece, desde a arquitectura e pintura, a coisas que vamos observando no dia-a-dia. Não há propriamente uma inspiração neste ou naquele arquitecto. Vamos tirando influências e aprendizagem um pouco de tudo e vamos montando o nosso esquema», conta.

Indica contudo que existe uma «lógica cénica» a envolver a concepção dos dois edifícios e que está relacionada com a «natureza dos materiais e as texturas que acabam por ser os panos de fundo da acção de actores e do espectáculo». Por esta razão é que os edifícios são “caixas” «sem quaisquer varandas ou volumes salientes», explica Carlos Veloso. Já a escolha das matérias-primas recaiu em materiais «mais ou menos rudes e em quase estado natural que se identificam com esta região. É aplicar o material quase como sai. Um pouco como acontece com o betão e as madeiras», exemplifica.

Ricardo Cordeiro

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