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Ter ou não ter comércio

Nem Velha, nem Camões, se já lá existe uma rua que se chama Rua do Comércio porque não há-de ser Praça do Comércio.

Esta área já foi tão badalada que a garrida não a consegue apanhar. Este espaço tanto dá para vender um modesto ramo de salsa (em que o seu vendedor não deve pagar nenhum imposto) até à mais complexa maquina agrícola. Assim queiram os homens de garra e bairrismo com os pés bens assentes na terra (no lajedo não) para vencer pequenos obstáculos, mas que somados fazem um grande problema para que tudo fique digno do imóvel varias vezes centenário. Para vender ou expor na Praça Velha tudo terá de ter bom gosto de apresentação e com personalidade. D. Sancho está muito bem onde está pois um artista ou progenitor seja do que for nunca está à frente da obra, mas sim, se quiser, ao lado dela. Quem nos visita procura a Sé da Guarda para olhar de boca aberta e disparar a máquina fotográfica. D. Sancho não lhe diz nada a não ser que no local haja um ponto de venda de literatura histórica onde se fale das cavalgadas de D. Sancho nestas paragens. Já naquele tempo tínhamos a mania das grandezas, ele quis mostrar aos espanhóis que aqui não havia crise. Atualmente, qualquer aldeia ou cidade fazem pequenas feiras nas suas praças centrais. Nós temos aqui espaço e o melhor cenário do país, mas nem uma côdea de queijo se mostra. Haja boa vontade – não devemos esquecer que o futuro presidente da Câmara pode ter a glória, logo nas primeiras boas horas do seu mandato, para resolver o problema do Cineteatro. Outro espaço perdido.

António Nascimento, Guarda

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