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Tempo para pensar… em Vila Franca das Naves

Depois de passar e observar as novas rotundas, gigantescas e inclinadas, com um “declive” de meter medo, apercebi-me porque é que se passaram a chamar as “rotundas das conveniências”. Se as pessoas não sabem, deviam saber, e perguntar a quem de direito o porquê da alteração do percurso da estrada (acesso da Vila ao IP2).

Eu tenho opinião e acredito que foi para valorizar e pagar a “preço de ouro” os terrenos que pertenciam a familiares dos autarcas (é vox populi). Não se compreende que o percurso que estava delineado por detrás da piscina, em direcção ao cemitério, em linha recta, depois ser alterado pelo percurso actual. Só havendo interesses em jogo se justifica que numa estrada nova se possa correr o risco de dois camiões não caberem ao cruzar-se entre as duas rotundas, porque a estrada afunila entre as habitações, para não falar do perigo que constitui para os habitantes ao saírem das suas casas ou garagens.

(…) E o que falta a Vila Franca das Naves?

Temos um buraco aos “pés” da escadaria da Igreja, que foi feito oito dias antes das eleições autárquicas, não se sabe muito bem com que objectivo, mas eu acredito que era para as pessoas pensarem que se iria entrar em obras, por isso a recordação que deviam votar na continuidade (…). A verdade é que houve continuidade, mas esqueceram-se de continuar com a obra. Talvez um passeio por ali ficasse maravilhoso, mas não, continuam lá os sinais para que os carros não caiam lá para dentro.

Somos uma terra hospitaleira, temos direito a caminho de ferro, embora já não pare o Intercidades em todos os horários, na minha opinião por falta de pressão dos nossos autarcas. Os de Vila Franca não têm garra nem capacidades. Aos de Trancoso, não faz falta, pois Celorico da Beira até é mais perto, ainda que seja outro concelho. Por isso, lavaram as mãos como Pilatos.

Temos um Posto da GNR novo, com condições de fazer inveja a muitos edifícios de cidades por esse país fora, mas que de pouco mais serve do que de casa de habitação para o Cabo Responsável pela Unidade. Não sei porquê, pois nem piquete de serviço tem 24 horas por dia. O seu horário de funcionamento de atendimento ao público é das 9 às 17 horas. Depois desse horário todos os telefonemas (…) serão reencaminhadas para o posto de GNR mais próximo, em Trancoso, a 17 quilómetros, e numa emergência corremos o risco de esperar 45 minutos até à sua chegada.

Impõe-se a pergunta: Porque é que isto acontece, será por falta de efectivos ao serviço, má organização da Administração Interna, ou até falta de conhecimento das realidades do nosso Interior esquecido. (…)

Pensar no futuro é mobilizar investidores, criar-lhes bons acessos, embelezar-lhes a vista, para que de novo a palavra acreditar, tenha mais força e mais garra. Mas ao contrário disso, por aqui rema-se contra a maré. (…)

E a pergunta feita no inicio do texto tem novamente sentido, agora que me lembrei de outro pequeno grande pormenor: Vila Franca das Naves tem piscinas públicas, são geridas por uma empresa Municipal (também acho mal) que foram inauguradas com pompa e circunstância (ainda sem água, mas foi feita a festa), pois o homem sonha e a obra nasce, mas eu penso que quem as sonhou e idealizou nunca pensou que elas funcionassem assim. (…) É verdade, há sempre o rabo preso nestas coisas da política (…). Explico: A dita Piscina Municipal funciona no Inverno, só não podem funcionar no Verão, porque o senhor Presidente da Junta tem uma piscina dele (aberta ao público) e os banhistas não podem ser divididos. Portanto, no Verão vão para as do Presidente da Junta, no Inverno reabre a pública e aí perdem-se clientes, porque nem todos gostam de ir para as do Presidente, e depois de quatro ou cinco meses não é agradável pagar mais uma vez a reinscrição (sei do que falo).

As águas deviam estar separadas, senão qualquer dia, mesmo com todas as condições para termos tudo, corremos o risco de não termos nada. Entre o “tanto” que temos, há que valorizar a obra do quartel dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves. Esperamos que esta obra que custou milhares de euros ao país não tenha o mesmo fim que o posto da GNR e que não fique às moscas daqui a uns anos. (…)

Maria Clara Correia, Vila Franca das Naves

Comentários dos nossos leitores
Artur Assunção arturandradeassuncao@sapo.pt
Comentário:
Compreendo a crítica, mas construtiva e não destrutiva. O que fez até à presente data para bem da sua Terra?Não será a crítica destrutiva uma resposta à derrota eleitoral de familiares ou amigos? Basta. Lute e faça alguma coisa de construtivo se gosta da sua terra. Atenção não sou político, mas estou farto de ver falar mal de Vila Franca das Naves, não é assim que vai para a frente.
 
Bruno Monteiro bruno.a.monteiro@gmail.com
Comentário:
Genial Clara! Mesmo longe entristece-me perceber que as coisas são assim por aí!
 
Maria Clara maria.c.f.p.c@hotmail.com
Comentário:
“O que fez até à presente data para o bem da sua terra? Não será a crítica destrutiva uma resposta à derrota eleitoral de familiares e amigos? Basta. Lute faça alguma coisa de construtivo se gosta da sua terra.” QUEM ESCREVEU ESTAS FRAZES? SIM, FOI O SENHOR ARTUR DIRIGIDAS A MIM. RELEIA. Atenciosamente
 
Maria Clara maria.c.f.p.c@hotmail.com
Comentário:
Gostava de responder ao Senhor Artur Assunção. Primeiro obrigado pelo comentário, sinal que leu e o incomodou, talvez por qualquer coisa não sei (…) Vivemos num país livre, todos temos direito a opinar sobre aquilo que bem entendemos, e sobretudo sobre aquilo que achamos mal. Quanto ao que eu tenho feito por Vila Franca, devo dizer-lhe que faço muito mais que o Senhor. Primeiro, faço voluntariado, dou catequese, pertenci a uma associação de pais, trabalho, vivo e consumo em Vila Franca das Naves, ajudo a desenvolver o comércio local, inclusive, a si também tenho dado dinheiro a ganhar. Pergunto: se isso não é gostar de Vila Franca então quem é que gosta????—- Parece-me que no seu ver, quem se mantém quieto e calado e que diz a tudo ámen porque lhe convêm (…) Estarei errada? Senhor Artur, eu não tenho o rabo preso com políticos nenhuns, nem lhes devo nenhum favor. Quanto a si não sei (…) se acha que tem sido feito muito eu apenas lhe peço que me enumere uma única coisa que tenha sido feita neste mandato (Idealizada e construída) Poderia continuar, pois tenho argumentos e como disse, não sou sustentada á custa de favores Partidários, nem é isso que aqui se pretende, mas sim chamar a atenção para um bem comum, que ao que parece o Senhor é contra, em favor do bem próprio. Quanto a isso respeito o ponto de vista, pois também espero respeito quanto aos argumentos apresentados, e sabe porquê? Porque são verdadeiros, e só abanando se podem colher frutos. Saudações Maria Clara Correia
 
Maria Clara maria.c.f.p.c@hotmail.com
Comentário:
E já agora, qual é a parte do texto que fala mal de Vila Franca? O texto apenas diz que Vila Franca merece mais, pelo passado, pelo presente e pelo futuro. Ou será que as cores lhe baralham as palavras?
 
Luisa Dias Codeas louisadias@free.fr
Comentário:
O que diz a Maria Clara não é falar mal de Vila Franca, é só para ajudar essas pessoas que estão na Junta e que, penso eu, não vêem as coisas como as outras pessoas que rectificam certas coisas que não estão bem. Eu sou imigrante, mas tanho orgulho de ser de Vila Franca. Mas a verdade é uma: nós estamos a ir para baixo e não para cima…. Por isso mesmo, eu penso que o povo havia de ser mais escutado!!!! Não é só nos momentos das eleções…
 
Maria Clara maria.c.f.p.c@hotmail.com
Comentário:
Só mais uma pequena grande resposta ao SENHOR ARTUR. Perguntava ele o que é que eu tenho feito por Vila Franca? Resposta: Tenho dois filhos, que estudaram 15 anos em Vila Franca das Naves, passaram pela creche, jardim-de-infância, escola primária, segundo e terceiro ciclo. Conheço cada instituição e seus profissionais como a palma da minha mão. Fazem parte desta comunidade cívica, sempre presentes, movimentam-se por cá, vão á missa por cá. Ao contrario do Senhor, que tem um filho que por acaso, ou contingências da vida estuda na Guarda, vem a Vila Franca aos fins-de-semana e provavelmente nem todos, pois somos vizinhos e eu nem sequer o conheço. Mais alguma pergunta? Atenciosamente
 
Artur Assunção arturandradeassuncao@sapo.pt
Comentário:
É com alguma mágoa que vejo a resposta ao meu comentário do artigo através da exposição da minha vida pessoal que só a mim diz respeito, e por esse motivo não irei comentar nada daquilo que se refere a ela. O comentário que fiz trazia interrogações que qualquer pessoa que conhece o meio faz ao ler essa crítica, sem dúvida destrutiva, que nada traz de bom para Vila Franca das Naves. Questionei e eis a resposta, estava sinceramente à espera de uma resposta diferente em relação à motivação das crítica e esperava que quem tão bem sabe crítica consiga tolerar a crítica sem ter que se defender com ataques pessoais. Em relação à resposta do que faz por Vila Franca das Naves, a resposta sempre foi melhor e se faz, ainda Bem, e se quer fazer mais, melhor. Que tal fazer propostas construtivas? Que tal um artigo que possa motivar a viver ou investir em Vila Franca das Naves? No que toca a manter-me no meu canto, quero que saiba que é aquilo que tenho feito até agora e além de pensar no meu “bem estar”, como qualquer um de nós, ao longo destes anos tenho contribuído sem dúvida nenhuma POSITIVAMENTE, com a minha humilde contribuição para o desenvolvimento de Vila Franca das Naves e algumas coisas de maior peso do que pode pensar. É também bom relembrar que os ataques pessoais retiram a qualquer um a razão “política”, porque não fiz nenhum ataque de ordem pessoal, mais uma vez reafirmo o que fiz foi questionar algumas dúvidas que tinha sobre o contexto da crítica, a sua resposta não foi das melhores e fica ao critério de cada um poder analisá-la. Por último, é a última vez que comento o artigo para não se criar mau-estar e irei considerar os seus ataques pessoais como uma “precipitação”.
 

Tempo para pensar… em Vila Franca das Naves

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