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«Temos um grande índice de empregabilidade para os alunos que concluíram o curso»

Entrevista a Domingos Moreira, diretor da Escola Profissional de Trancoso

P – Qual a perspectiva para o próximo ano letivo?

R – No próximo ano letivo perspetivamos a abertura de quatro novas turmas de diversas áreas de formação que vão desde a manutenção industrial – mecatrónica automóvel, instalações eléctricas, secretariado, turismo, comunicação, marketing, relações públicas e publicidade, gestão de equipamentos informáticos.

Com as novas orientações produzidas pela tutela foram criadas novas dificuldades para as escolas profissionais poderem abrir novas turmas, com o aumento do número de alunos mínimo necessários para a aberturas de turmas, que passou dos dezoito alunos para os vinte e seis e com a criação de áreas de formação prioritárias (que poderá ter implicações no financiamento), muitas delas sem utilização prática na região em que nos inserimos, foram criadas assim novas dificuldades para abertura de turmas.

Por outro lado, continua a ser extremamente difícil realizar ações de divulgação junto dos alunos do 9º ano em diversas escolas da região, pela dificuldade criada pelos órgãos diretivos dessas escolas. Este ano tentamos logo no início do mês de Abrir realizar ações de divulgação junto desses alunos não nos tendo sido permitido na maior parte dessas escolas.

Com o aumento do número mínimo de alunos para a constituição de turmas dos cursos profissionais (de 26 a 30 alunos) e a diminuição de alunos na nossa região, temos verificado também que em diversa escolas públicas se tentam encaminhar os alunos para o ensino regular para a constituição de turmas desse regular em detrimento do profissional, uma vez que nessas escolas não haverá alunos suficientes para abrirem uma turma do profissional.

Pensamos também no próximo ano incrementar uma maior ligação dos alunos às empresas, trazendo alguns técnicos superiores dessas empresas à escola para ministrarem algumas sessões de formação e passarem assim aos formandos algum do seu conhecimento teórico/prático.

P – Como vê a proliferação dos cursos profissionais pelas, diversas escolas secundárias.

R – È de salutar a abertura de cursos profissionais em diversos locais da região, mas temos de ter uma rede de oferta formativa bastante eficiente e que responda aos interesses dos alunos e dos encarregados de educação destes, no que toca às áreas de formação e à própria empregabilidade desses formandos.

O que temos vindo assistir, é que em diversas escolas se condiciona os alunos para uma só área de formação que essa escola tem, sendo estes e os encarregados de educação “sensibilizados” para a frequência desse curso. Poderemos ter assim situações de alunos que teriam vocação, interesse, sensibilidade em frequentar um curso da área da mecânica ou de serviços, mas terão de frequentar um curso de cozinha porque é essa a oferta formativa que lhes é dada pela sua escola onde realizou o 9º ano, mesmo que não tendo nenhuma sensibilidade para essa área.

Terá de haver uma verdadeira orientação vocacional direcionada a estes alunos.

P – Como é que a EPT tenta contrariar essa situação.

R – Tentamos contrariar com diversas ações de divulgação da nossa oferta formativa e que chegue ao maior número possível de alunos/candidatos e tentando que a oferta formativa seja o mais diversificada possível.

Por outro lado e atendendo que na nossa região os transportes escolares se resumem ao próprio concelho (com a exceção do concelho da Guarda), tenta a EPT com bastante esforço ter uma rede de transportes escolares que tem chegado a diversos locais de diversos concelhos da nossa região, perspetivando para este ano um alargamento dessa rede de transportes.

P – De que zonas são provenientes os vossos alunos?

R – Os nosso aluno são oriundos de todos os concelhos do distrito da Guarda, tendo a EPT também alunos de outros distritos.

Temos alunos de diversos concelhos do distrito de Bragança, do distrito de Viseu e de Castelo Branco. Dos concelhos deste distritos vêm alunos desde Moncorvo, Alfândega da Fé, Vila Flor, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta, Sernancelhe, Penedono, Sátão, Penalva, Mangualde, Moimenta da Beira, Fundão, Belmonte, entre outros concelhos.

P – Qual é a taxa de empregabilidade dos vossos alunos?

R – Quando os alunos ingressam no ensino profissional podem ter duas perspetivas de saída quando concluem os repetivos cursos. Podem ingressar num curso superior em qualquer universidade ou instituto politécnico desde que realizem o processo normal de candidatura ao ensino superior. Por outro lado, podem ingressar no mercado de trabalho na área para a qual estão habilitados a desenvolver com a conclusão do respetivo curso.

Na EPT posso dizer que temos diversos alunos que ingressaram no ensino superior desde Universidade de Coimbra, Aveiro, entre outras e em diversos institutos politécnicos. Por outro lado temos uma grande parte de alunos que entram no mercado de trabalho na área de formação para a qual estão habilitados, fazendo a escola uma monitorização desses alunos, bem como o apoio na colocação desses alunos no mercado de trabalho.

Podemos dizer que temos um grande índice de empregabilidade para os alunos que concluíram o seu curso profissional.

«Temos um grande índice de empregabilidade
        para os alunos que concluíram o curso»

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