P – Há quantos anos iniciou a atividade?
R – Iniciei esta atividade em 1973 em França, emigrei em 1970 aínda com os meus pais, fiz um curso com a especialização de corte de carne e comecei a trabalhar nesta área como funcionário em Paris. Em 1973regressei para Portugal em 1996, onde trabalhei como chefe de talho durante 2 anos, em 1998 abri um talho em Celorico da Beira, passado pouco tempo, cerca de um ano vendi-o e estabeleci-me na Av. da Corredoura em Celorico da Beira e aqui me mantive até aos dias de hoje.
P- Quais são os seus clientes?
R – Os meus clientes são na sua maioria provenientes de Celorico e em numero ainda considerável do concelho.
Tenho bastantes clientes emigrantes e devo dizer que levam muitos produtos para países como França, Suíça, Luxemburgo, até mesmo para Inglaterra.
Tenho também como clientes a Camara Municipal e o agrupamento de Escolas de Celorico da Beira.
P – Atualmente existe um variado leque de requisitos legais que regula a vossa atividade, qual a sua opinião sobre este assunto?
R – Posso dizer que concordo com algumas das exigências no que diz respeito á higiene e às boas condições de trabalho, mas não deixa de ser um processo bastante complexo, burocrático e oneroso.
Sabemos que hoje a vida não está fácil para ninguém e as despesas estão a aumentar consideravelmente.
Se compararmos os lucros obtidos no inicio da minha atividade com os atuais, é fácil perceber que não está a ser fácil.
P – Quais os produtos com mais saída no seu estabelecimento?
R – No meu talho tenho um variado leque de produtos tais como:
O novilho e todas as peças que lhe dizem respeito, o porco e as costeletas, febras, entrecosto, etc.
É também nosso forte, o presunto, os enchidos e os queijos.
Temos como especialidade da nossa casa lombo recheado, coelho recheado e perú recheado.
É importante salientar que entre todos os produtos destaca-se a carne de porco como sendo o responsável pela maior percentagem do volume de faturação seguido do novilho que nos últimos anos tem perdido terreno face a carne de porco, é de salientar também a saída que tem o presunto.
P – Quais as perspetivas para o futuro?
R – As minhas perspetivas não são as mais positivas, com muito pesar meu, mas temos que ter a capacidade de acreditar que o nosso país vai dar a volta a esta situação e em especial no interior do país onde a desertificação é um caso muito sério, e com certeza terá de ser resolvido.