Arquivo

«Temos propostas, uma equipa qualificada e aspiramos ao melhor resultado»

Entrevista a Francisco Assis, cabeça-de-lista do PS pela Guarda à Assembleia da República

P – Qual é a sua meta nestas eleições?

R – A meta do PS é, claramente, ganhar as eleições a nível nacional e também aqui no distrito da Guarda.

P – O PS tem condições para desempatar o actual número de deputados eleitos pelo distrito?

R – O nosso objectivo é ter o melhor resultado possível. Dependerá agora do eleitorado da Guarda, mas temos a noção que temos um bom trabalho. Ao longo destes quatro anos e meio cumprimos os compromissos assumidos aqui na Guarda nas mais diversas áreas, houve uma autêntica revolução em termos de saúde, nas acessibilidades, na educação, ao nível das infraestruturas, isto é, nós fizemos um trabalho que nos credibiliza. Temos propostas e uma equipa qualificada, aspiramos ao melhor resultado possível e isso dependerá da vontade do eleitorado.

P – O facto de não ser da Guarda poderá trazer-lhe alguma desvantagem?

R – Não creio. Fui muito bem recebido na Guarda. É natural que haja um primeiro momento de alguma estupefacção, mas o que verifiquei depois foi uma grande abertura, as pessoas sabem que eu, a partir do momento em que assumi o compromisso de ser candidato pela Guarda, me dispus e disponho a representar com toda a dignidade o distrito, os seus interesses e aspirações na Assembleia da República. Creio até que as pessoas valorizam a minha vinda para a Guarda porque sabem que vou colocar o meu capital político, experiência e conhecimentos ao serviço da cidade, portanto, julgo que essa questão está resolvida e até tenho tido sinais de grande apoio por parte de muitas pessoas daqui.

P – Vai algum dia voltar à Guarda?

R – A partir do momento em que aceitei ser candidato pela Guarda assumi um compromisso de estar presente na vida da cidade, não no sentido de me mudar de armas e bagagens para cá, mas vou representá-la na Assembleia. Deslocar-me-ei periodicamente à Guarda e vou criar uma articulação com os autarcas, dirigentes distritais do Partido Socialista e com os candidatos – mesmo aqueles que não vão ser eleitos – , no sentido de estar permanentemente informado sobre as aspirações e os problemas da cidade, e procurar contribuir para a sua resolução a nível nacional. Isso também implica uma presença física na Guarda, que vou fazer com muito gosto enquanto decorrer esta legislatura, e esta é uma ligação que vai perdurar para sempre a partir de agora.

P – Quem o eleger vai contar com o quê de Francisco Assis?

R – Vai contar com um deputado com uma longa experiência parlamentar, atento e empenhado em representar bem a Guarda e reivindicar aquilo que eu e o PS entendermos que se deve reivindicar. Há muitas pretensões da Guarda que devem ser afirmadas no plano nacional, esta cidade pode dar um contributo activo e importante para a afirmação e crescimento do país, pode criar riqueza. A Guarda tem problemas nas mais diversas áreas que têm que ser resolvidos e é isso que eu me vou empenhar em fazer nos próximos anos.

P – Os membros do Governo têm vindo visitar obras e assinar protocolos, curiosamente sempre em municípios socialistas. Quer dizer que não fizeram obra nos concelhos do PSD?

R – Não é verdade. Há municípios do PSD onde se fez obra. Não houve aqui nenhum sectarismo por parte do Governo, nem haverá. Eu próprio sou uma pessoa completamente anti-sectária. Comecei a minha actividade política numa Câmara Municipal e lembro-me como ficava revoltado quando alguns membros do Governo tratavam mal Amarante pela simples circunstância de eu não ser do PSD. Portanto, serei um deputado que trabalhará com todos os autarcas, e uma vez resolvida a questão eleitoral a 11 de Outubro, estou disponível para trabalhar com todos os autarcas e para apoiar todos os municípios.

P – Mário Lino disse, recentemente, que o arranque do projecto da linha do TGV entre Aveiro e Salamanca só está previsto para 2013. Porquê falar dela com quatro anos de antecedência?

R – Estes projectos têm que se falar com quatro anos de antecedência, porque se não o fizermos não avançam. O que se verifica aqui – e é um compromisso eleitoral – é que nós queremos que o Governo calendarize a construção da linha do TGV. Foi com agrado que verifiquei há dias que já houve o lançamento de um estudo prévio do troço Aveiro – Celorico, o que significa que isto está a avançar. Mas queremos uma calendarização rigorosa, porque uma opção destas é complexa, envolve muitos estudos, demora algum tempo e é nesse sentido que queremos avançar com definições de calendários e compromissos claros para que isto seja uma realidade. Este projecto é importante para o país, não só para a Guarda, é uma reivindicação que podemos fazer a partir daqui, mas que tem um impacto nacional, em particular nas regiões Norte e Centro do país, que têm uma grande capacidade exportadora e precisam deste meio de transporte para reforçarem a sua competitividade económica, garantindo que os seus produtos possam ser exportados por via ferroviária com mais facilidade e com menor custo para a Europa.

P – Em que é que o seu programa é superior ao do candidato do PSD?

R – Eu não tenho a pretensão que o meu programa seja superior ao do candidato do PSD. Se compararmos os programas, eles não são muito distintos. Eu bato-me pelas minhas ideias e pelas ideias do PS aqui na Guarda, mas mais do que os programas, conta o passado, o que se fez e o que não se fez, e desse ponto de vista nós estamos muito credibilizados pelo que fizemos. Depois, cada um de nós terá o talento e a capacidade de afirmação e sustentação pública das suas propostas, para garantir o sucesso das suas intenções. Do ponto de vista do programa, não entro numa competição e respeito os programas de todos os partidos. Pelo que tenho tido conhecimento, em áreas fundamentais, há um consenso, acho isso benéfico porque até pode significar que no futuro, quando estiverem em causa os interesses da Guarda, os deputados eleitos por este círculo podem trabalhar conjuntamente, desejo francamente que assim seja e estou convencido que haverá condições para que assim possa vir a suceder.

«Temos propostas, uma equipa qualificada e
        aspiramos ao melhor resultado»

Sobre o autor

Leave a Reply