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«Tem que haver uma fonte alternativa»

Alçada Rosa receia que possa haver problemas com a água no concelho

Perante a situação ocorrida no Paul, na semana passada, por causa da captação de água junto à ribeira que a Câmara justificou como sendo necessária para levar, «entre outros objectivos», água ao Paul e às Taliscas, Alçada Rosa, administrador-delegado dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) da Covilhã teme que possam ocorrer alguns problemas com a água no concelho se não chover até ao final do Verão. Esta situação pode mesmo acontecer «caso não se tomem medidas antecipadamente», avisou.

Alçada Rosa adianta que, neste momento, «quando temos problemas», há muitos proprietários que têm cedido água para a autarquia injectar e tratar. «É um sistema centralizado» que antevê o que vai acontecer futuramente nas Penhas da Saúde, quando toda a água do concelho passar por ali. «Tem que haver uma fonte alternativa e serão estas captações que estamos a fazer», considera o responsável pelos SMAS, adiantando haver uma «previsão de diminuição» da quantidade de água que vai continuar a jorrar das nascentes, pelo que é necessário «manter na barragem uma reserva para uma dificuldade». Actualmente a água da Barragem do Viriato está a ser utilizada, mas «menos que em anos anteriores», o que leva a que o consumo tenha diminuído também, «permitindo-nos a possibilidade de termos água na barragem até Outubro ou Novembro, porque é a única que é segura», confessa Alçada Rosa. Em colaboração com a Universidade da Beira Interior, a Câmara da Covilhã tem feito prospecções em vários pontos estratégicos do concelho e têm tido uma «enorme» ajuda dos proprietários dos terrenos que têm cedido água dos seus poços.

«Estaremos a 60 por cento do cumprimento dos nossos objectivos», refere, adiantando que não se podem deixar alastrar situações como a do Paul. Sobretudo porque «cumprimos a lei e não estávamos a utilizar a água do leito da ribeira», explica, pois para isso «precisávamos de uma utilização especial, mas ainda não prevejo que seja necessário». Alçada Rosa lamenta que a população paulense tenha sido «manipulada», referindo-se a Vítor Reis Silva, ex-vereador do PCP na autarquia, que ali reside e terá andado durante o dia com um megafone a alertar a população para a defesa da água. «Acho que mereciam mais respeito por parte de quem os manipulou», acrescenta o responsável, garantindo que as obras não afectavam a ribeira e que até o proprietário dos terrenos, «que teve uma postura extremamente louvável», poderia abrir ali um furo para utilização própria.

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