“Boneca”, desenvolvida a partir da obra “Uma Casa de Bonecas”, do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, é a peça em cartaz sábado à noite no grande auditório do TMG.
Esta co-produção do Theatro Circo, do Teatro D. Maria II, do Centro Cultural Vila Flor e da “Cassiopeia, Lda”, desenvolve-se em torno de um segredo guardado entre Nora e Nils Krogstad, funcionário bancário a quem a protagonista, uma mulher oprimida pelo casamento, pede emprestada uma larga soma de dinheiro para salvar a vida do marido. Escrita em 1879, a peça causou grande controvérsia e choque social na época por ter como figura central uma mulher que, para se realizar como pessoa, acaba por abandonar a família. Nesse sentido, “Uma Casa de Bonecas” antecipou em mais de um século a amplamente discutida e ainda recorrente temática da emancipação feminina, trazendo para palco uma adaptação localizada na segunda metade do século XX.
«Acho que a peça é um bocadinho intemporal, foi por isso que me tocou. Queria deixá-la num universo mais arquétipo, anos 60, 50, em que a mulher é ficcionada na publicidade como a fada do lar, o ser perfeito», disse o encenador Nuno Cardoso à agência Lusa, antes da sua apresentação em Lisboa, na sala Estúdio do D. Maria II, em Novembro do ano passado. “A Boneca” teve estreia nacional no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, em Outubro. A encenação é de Nuno Cardoso, que foi, até há cerca de um ano, director artístico do Teatro Carlos Alberto (TNSJ). A interpretação está a cargo de Ana Brandão, Flávia Gusmão, José Neves, Lúcia Maria, Peter Michael e Nuno Cardoso.
