“Don Pasquale”, uma das últimas óperas escrita pelo italiano Gaetano Donizetti, sobe amanhã ao palco do Teatro-Cine da Covilhã pela Orquestra do Norte, sob a batuta do maestro José Ferreira Lobo. O libreto narra em três actos a história de um velho rabugento e solteirão, vítima de uma armadilha montada pelo amigo Dr. Malatesta.
Com mais de 70 óperas no currículo, é precisamente por “Don Pasquale” que Donizetti é mais conhecido junto do público. Os tipos criados nesta ópera cómica excedem a simples caracterização estereotipada das personagens da comédia clássica. A vida intensa que confere às suas personagens, que se elevam acima das limitações e esquemas dos modelos da Commedia dell’Arte, e as melodias escritas por Donizetti parecem descrever precisamente as emoções das personagens: a astúcia e dissimulação de Norina, a ingenuidade de Pasquale, o cândido lirismo do herói comum Ernesto e a esperteza e humor do Dr. Malatesta. Esta é a terceira ópera que a Fundação Cupertino de Miranda, de Vila Nova de Famalicão, traz à sala nobre de espectáculos da Covilhã, depois do “Barbeiro de Sevilha “ e de “La Traviata”. Trata-se de um drama “buffo”, cheio de formas e situações típicas da comédia de Rossini. “Don Pasquale” (1843) é considerada a obra mais perfeita para ilustrar a capacidade do compositor em retratar as emoções e a alma humana no teatro.
Nascido em 1797, Gaetano Donizetti foi durante uma década o maior compositor de ópera em Itália. Apesar de ter escrito música religiosa, quartetos de cordas e algumas obras para orquestra, foi neste género musical que concentrou a maior parte do seu trabalho. “Enrico de Borgogna” foi a sua primeira ópera em 1818. Apesar de ter escrito cerca de trinta peças até 1829, só em 1830 Donizetti confirmou o seu enorme talento com o sucesso internacional de “Anna Bolena”.
