O Souropires, que na época passada alcançou a terceira eliminatória, é, teoricamente, a equipa do distrito da Guarda com a tarefa mais facilitada na primeira jornada da Taça de Portugal, agendada para domingo, recebendo o S. João de Ver. Já o Fornos de Algodres viaja até Estarreja, enquanto o Mileu visita o reduto do Bidoeirense. As restantes equipas da Beira Interior, a Desportiva do Fundão e Escalos de Baixo, alinham fora de portas com União de Lamas e Social de Lamas, respectivamente. Quanto a Idanhense e Sertanense recebem União da Serra e Gafanha.
Depois de na temporada anterior – a de estreia em competições nacionais -, o Souropires ter feito uma excelente campanha na Taça de Portugal, chegando à terceira eliminatória, Manuel Barbosa, treinador da equipa do concelho de Pinhel, ambiciona fazer igual ou mesmo melhor. «Vamos, pelo menos, tentar fazer o mesmo», garante, reiterando que, em casa ou fora, o Souropires «joga sempre para tentar ganhar». E apesar de considerar o S. João de Ver uma «boa equipa» e um adversário «complicado», o técnico mostra-se bastante confiante de que a sua formação vai continuar em prova. Recorde-se que na época transacta, e sempre a jogar como visitado, o Souropires eliminou Peniche e Valecambrense, tendo apenas perdido com o Almancilense. Entretanto, o clube garantiu a contratação de mais um reforço, o guarda-redes Cláudio (ex-Lageosa do Mondego). Já na primeira jornada da série C da IIIª Divisão Nacional, agendada para dia 11, o sorteio ditou a recepção do Valonguense, equipa que subiu dos Distritais de Aveiro e que contratou 16 reforços. Manuel Barbosa diz desconhecer o valor do opositor, mas «como jogamos em casa temos obrigação de jogar para ganhar», frisa.
Menos sorte no sorteio da Taça, pelo menos no campo teórico, tiveram Fornos de Algodres e Mileu, primeiro e segundo classificados do Distrital da Guarda na última temporada, já que jogam fora de portas. À formação fornense calhou o Estarreja, despromovido da IIª Divisão B, mas mesmo assim o técnico Paulo Barra não desanima e promete jogar para ganhar. «Preferia jogar em casa e com um adversário que viesse dos Distritais, mas foi o Estarreja que nos calhou e vamos tentar dignificar o nome do Fornos», realça. O valor da equipa do distrito de Aveiro é uma «incógnita» para o jovem técnico, uma vez que «mudou praticamente todo o plantel», mas Barra garante que o Fornos tem equipa para «discutir a eliminatória». Reconhecendo que a Taça não é um objectivo para o Fornos, o treinador campeão distrital não deixa de sonhar num jogo com um clube da Superliga. «Ganhando jogo a jogo até à quarta eliminatória podemos calhar com uma equipa grande, que é o sonho de qualquer treinador e jogador dos escalões mais baixos. O Fornos não foge a essa regra, embora reconheça que é muito difícil», admite. Para “atacar” esta temporada de regresso aos Nacionais, o Fornos contratou vários atletas dos Nacionais da IIª e IIIª divisões, sendo Luís Miguel, curiosamente ex-Estarreja, o último reforço assegurado. O primeiro jogo tem lugar em Cantanhede, onde os pupilos de Paulo Barra vão defrontar “Os Marialvas”, que subiu dos Distritais de Coimbra. «É uma equipa que, dada a sua localização geográfica, tem facilidade em adquirir jogadores de Coimbra ou Aveiro, mas como é o primeiro jogo tenho a certeza que vai ser difícil para ambas as formações», espera.
Mileu «mais fraco» visita Bidoeirense
Por ter sido segundo classificado do Distrital da Guarda, o Mileu assegurou o direito de participar na Taça de Portugal desta temporada. Contudo, a tarefa da equipa da Guarda, que continua a ser treinada pelo brasileiro Liberalino Almeida, não se afigura nada fácil, uma vez que joga fora e com um adversário que milita há várias épocas na série D da IIIª Divisão. O Bidoeirense (Leiria) é encarado como um oponente «complicado», em virtude de estar a disputar um campeonato nacional e de ter muito mais tempo de treino que o Mileu, que só começou a trabalhar na semana passada. Contudo, «apesar das dificuldades» previstas e de preferir jogar em casa por causa do apoio dos seus adeptos, o pensamento de Liberalino Almeida passa por «ganhar o jogo», ainda que a equipa deste ano seja «teoricamente mais fraca» que a da época passada (ver texto nesta página).
Cinco reforços no Mileu
Actualmente, o Mileu está a passar por «dificuldades financeiras», o que motivou uma redução do orçamento e a consequente saída de alguns dos melhores atletas do plantel na última temporada. O vice-campeão do distrital da Guarda quer agora «fazer o melhor possível». «O orçamento foi reduzido, temos uma equipa, teoricamente, mais fraca, mas durante o campeonato é que vamos ver, porque confiamos no nosso trabalho e nos jogadores», salienta Liberalino Almeida. Para tentar alcançar uma classificação «à altura do clube», o Mileu contratou cinco atletas: o guarda-redes David (ex-Figueiró), os médios Celso (ex-Valdamulense) e Paulo Sérgio (brasileiro, ex-Goiânia) e os avançados Zé Tó (ex-Vila Cortês do Mondego) e Delfim (ex-Vilar Formoso). Da temporada transacta continuam o guarda-redes Hélder, enquanto a defesa mantém-se praticamente a mesma, com a permanência de Ricardo, João Almeida, Ferreira, Teles, Roberto e Luís Maio. No meio-campo continuam Jorge, Stromberg e Gaspar, ao passo que no ataque transitam os jovens Pedro Francês e Pedro Nunes.
Ricardo Cordeiro
