A criação de um observatório permanente que acompanhe cada empresa têxtil da Cova da Beira é uma das propostas do presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB), Luís Garra, num livro lançado pela estrutura sindical na semana passada. “Estudo do Tecido Operário Têxtil da Cova da Beira” é uma edição de 500 exemplares, onde ao longo de 142 páginas é resumida a história do sector, sugeridas estratégias e apresentados testemunhos de trabalhadores e personalidades ligadas à indústria têxtil. Segundo dados do STBB, entre 2001 e 2006, encerraram 30 empresas do sector na Cova da Beira, deixando 2.351 pessoas no desemprego. Ainda assim, é dos sectores que mais mão-de-obra emprega na região, com cerca de cinco mil trabalhadores. Segundo refere o presidente do STBB no livro «os têxteis têm basicamente que ter uma evolução ao nível da concepção do produto». Para o dirigente, «os têxteis da Beira Interior têm futuro», mas só com produtos de qualidade, «nomeadamente nas confecções». O líder sindical considera importante «a criação de um observatório permanente que acompanhe a evolução da situação económica, financeira e laboral de cada uma das empresas para, logo que seja detectado um desequilíbrio, se poder actuar». A publicação inclui um inquérito a 50 operários têxteis representativos da realidade da Cova da Beira, em que metade dos inquiridos afirma ter poucas esperanças de progressão na carreira. Mais de metade (56 por cento) afirma que, apesar de alguns momentos difíceis e dos salários baixos, gostam daquilo que fazem. O “Estudo do Tecido Operário Têxtil da Cova da Beira” é da autoria de Ana Catarina Pereira e tem prefácio de Eugénio Rosa, economista do gabinete de estudos da CGTP-IN.