Pelo segundo ano consecutivo, o Sporting da Covilhã garantiu a manutenção na IIª Liga na “secretaria”. Desta vez foi a Naval 1º de Maio que foi impedida de se inscrever por não ter apresentado os pressupostos financeiros necessários junto da Liga de Clubes para a época 2013/2014. O clube da Figueira da Foz foi assim afastado dos campeonatos profissionais e o seu lugar ocupado pela equipa serrana, a melhor classificada nos lugares de descida da IIª Liga na presente época.
A repescagem do Covilhã não apanhou de surpresa o presidente do clube, para quem este cenário constitui «uma decisão natural» porque os «regulamentos são para cumprir». «Era o que estávamos à espera. Tenho pena que tenha sido a Naval, porque é um clube amigo, por quem temos apreço e que em tempos nos emprestou jogadores», declarou José Mendes, que confessa, por isso, que a decisão da Liga Portuguesa de Futebol Profissional representa «um misto de alegria e tristeza» por causa da situação do clube figueirense, que há poucas épocas militou na Iª Liga. «No fundo, aquilo que preferia era ter ficado na IIª Liga sem ser necessário isto», acrescentou. De resto, o dirigente avisa que «há mais clubes com uma situação bastante difícil» e que não sabe «se conseguirão inscrever-se» para a próxima época.
Por estar convicto que o Covilhã iria permanecer na IIª Liga, mesmo antes de ser convidado para ocupar a vaga da Naval, o clube começou a trabalhar antecipadamente na preparação da nova temporada. Nesse sentido, Francisco Chaló, que chegou ao clube quando já estava em situação bastante complicada na tabela, «irá continuar» a treinar o Covilhã, tendo já renovado contrato. Quanto à constituição do plantel, José Mendes adiantou a O INTERIOR que o assunto está a ser «trabalhado» e que alguns jogadores do ano passado vão continuar, preferindo não adiantar nomes até porque «falta por o preto no branco». O que já é certo é que o guarda-redes Jorge Batista e o avançado Moreira, dois dos jogadores mais influentes na época transata, não vão permanecer, pois assinaram pelo Leixões, que também milita na IIª Liga.
Recorde-se que, no ano passado, o Covilhã foi repescado face à desistência da União de Leiria. Entretanto, na segunda-feira, Francisco Chaló, em entrevista ao jornal “Record”, revelou que «quatro ou cinco semanas após ter chegado, a direção já me tinha apresentado uma proposta de renovação por mais uma época». O técnico de 49 anos afirmou ainda que o «serviço mínimo» para a próxima temporada é a «manutenção», tendo apontado como «vetores essenciais» para uma boa campanha «a qualidade do grupo de trabalho, a determinação, a disponibilidade física e mental absoluta dos jogadores e a consciência que, neste clube, tem de haver uma vontade de sobrepor os interesses coletivos aos pessoais».
Ricardo Cordeiro 
