O Souropires já leva três jogos sem ganhar, depois de, no último domingo, ter perdido com “Os Marialvas”, de Cantanhede, antepenúltimos classificados do Nacional da série C da IIIª Divisão. Numa tarde cheia de sol e muito calor, a equipa de Manuel Barbosa não conseguiu, mais uma vez, protagonizar uma exibição ao seu nível. O que se passa com esta equipa que nos habituou a excelentes exibições? Cansaço? Desmotivação?
O certo é que, perante um adversário perfeitamente ao seu alcance, o Souropires entrou no relvado do Marialvas muito apático, não conseguindo impor o seu futebol, apesar de ser a equipa que teve mais posse de bola. O tempo foi passando numa partida bastante morna e sem oportunidades de golo, pertencendo, contudo, ao Souropires um maior pendor atacante. O problema é que, aos 36 , os locais, na primeira vez que assediaram a baliza de Valezim, conseguiram um canto e o primeiro golo do jogo, perante a passividade dos atletas do Souropires. Canto na direita, remate junto ao poste esquerdo da baliza que Beto conseguiu suster, mas Dani, sem oposição, fez a recarga com êxito. Os visitantes acusaram o golo e partiram em busca da igualdade, só que as coisas não lhes corriam bem e, azar dos azares, ficaram privados de Cedric mesmo em cima do final do primeiro tempo. O médio – que, em nosso entender, estava a realizar uma excelente exibição – envolveu-se numa disputa de bola com um adversário e acabou por se lesionar, tendo sido substituído por Milford.
Para a etapa complementar esperava-se um Souropires mais pressionante, no entanto, os locais estavam dispostos a defender a vantagem e, apesar de concederem o domínio do jogo aos adversários, não permitiram que os homens de Barbosa pusessem em perigo as redes de Pedro. O calor parecia influenciar os visitantes e o técnico mexeu na equipa, trocando Barroco, muito apagado, por Futre para dar maior pendor ofensivo. Contudo, aos 60 , Fábio fez o que quiz e marcou o segundo do Marialvas, novamente perante a passividade da defensiva do Souropires. Os atletas do concelho de Pinhel sentiram o golo e reagiram, mas já era tarde. Contudo, neste período partiram atrás do prejuízo e começaram a jogar melhor futebol, criando algumas oportunidades de golo, que poderia ter surgido mais cedo se o árbitro tivesse tido a coragem de assinalar uma grande penalidade quando Fábio cortou a bola com a mão na área. O Souropires acabou por reduzir num penalti aos 72’, assinalado para punir uma falta de Carneiro.
Até ao final só deu Souropires e o golo do empate esteve iminente, mas os deuses não estavam do lado dos visitantes. O trio de arbitragem, liderado por António Nogueira, fez um trabalho inteligente, denotando dualidade de critérios e prejudicando o Souropires. Esteve mal no aspecto disciplinar, nomeadamente no lance que motivou a lesão de Cedric, e no escasso tempo de compensação, apenas quatro minutos, quando os atletas do Marialvas usaram e abusaram na simulação de lesões.
Fernando Araújo/ Rádio Elmo
