A coligação PSD/CDS lidera com 30,2 por cento das intenções de voto, mas com apenas 0,5 por cento de vantagem sobre o movimento de independentes “A Guarda Primeiro”, de Virgílio Bento (27,7 por cento), enquanto o socialista José Igreja conseguiria 27,5 por cento. É um empate técnico muito problemático para uma autarquia que já está paralisada pelas dificuldades financeiras.
Se as eleições autárquicas se realizassem por estes dias, Álvaro Amaro seria o novo presidente da Câmara da Guarda. Mas o cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS não teria a vida fácil num executivo de maioria muito relativa, de acordo com a sondagem que o semanário “Expresso” divulgou no passado sábado.
O que este estudo de opinião antecipa é uma Câmara ingovernável, já que Álvaro Amaro seria eleito com pouco menos de três por cento que Virgílio Bento (independente) e José Igreja (PS). A diferença que os separa (ver quadro) é tão superficial que qualquer um deles poderia ser o sucessor de Joaquim Valente, conclui o “Expresso”, que prevê uma «luta feroz» durante a campanha. Segundo a sondagem, a coligação PSD/CDS, de Álvaro Amaro, lidera com 30,2 por cento das intenções de voto. Mas com apenas 0,5 por cento de vantagem sobre o movimento de independentes “A Guarda Primeiro”, de Virgílio Bento (27,7 por cento), enquanto o socialista José Igreja conseguiria 27,5 por cento. As projeções feitas pelo “Expresso” apontam para que PS, independentes e PSD/CDS possam eleger dois ou três vereadores, num cenário de empate técnico muito problemático para uma autarquia que já está paralisada pelas dificuldades financeiras.
No hemisfério oposto deste trio surge Marco Loureiro (BE), com 5,3 por cento das intenções de voto, mais 0,3 por cento que Mário Martins (CDU). Por sua vez, o independente Baltazar Lopes obteria apenas 0,8 por cento. A mês e meio das eleições, a sondagem do “Expresso”, efetuada pela Eurosondagem, não indica o número de indecisos e apenas presume que os inquiridos que responderam “não sabe/não responde” (20,2 por cento) se abstêm. Já as intenções de voto em branco ou nulo seriam de 3,5 por cento. Os dados estão lançados, mas é certo que esta é a primeira vez que um estudo de opinião coloca o candidato do PS em posição de derrotado na Guarda e, inversamente, dá a vitória ao cabeça-de-lista da direita. Novidade é também a eventual performance eleitoral de uma candidatura independente, que, na sua estreia, consegue o feito de se imiscuir entre as duas principais forças políticas no concelho. Um protagonismo que os adversários deverão ter em conta daqui para a frente.
Candidatos reagem
Para Álvaro Amaro, o resultado desta sondagem é «um estímulo e um grande incentivo», mas sublinha que «a verdadeira sondagem será a 29 de setembro». Contudo, o candidato da coligação de direita considera que os dados são «a prova de que a mensagem de liderança e ambição para a Guarda está a ser assimilada pelos eleitores, que querem a mudança. A população está cansada de tudo lhe passar ao lado, é o que reflete a sondagem». Quanto à eventualidade de uma Câmara ingovernável, esse é um cenário que Álvaro Amaro ainda não coloca. «Depois das eleições se tratará disso, o que importa é que a Guarde ganhe e vai ganhar comigo», afirmou.
Virgílio Bento também desvalorizou a sondagem, dizendo que «vale o que vale». Contudo, o candidato independente de “A Guarda Primeiro” não resiste a fazer algumas leituras: «Comparativamente a 2009, PSD e PS perdem votos neste estudo de opinião, sendo mesmo o pior resultado dos sociais-democratas enquanto os socialistas têm uma votação muito fraca comparada com os 56 por cento de Joaquim Valente», sublinha, acrescentando que o segundo lugar que lhe é atribuído resulta da «grande expetativa que as pessoas têm nesta candidatura, que nasceu da sociedade civil». De resto, não se diz surpreendido com os resultados, declarando que «os nossos indicadores apontavam nessa direção». Nesse sentido, Virgílio Bento acredita que o movimento vai «fazer história» a 29 de setembro.
Já a leitura de José Igreja é que todos os candidatos «ainda têm muito trabalho a fazer», mas admite que a tarefa do PS é maior «para demonstrar que a nossa candidatura é a que tem mais capacidade para desenvolver o concelho e proporcionar à Guarda um futuro melhor». O cabeça-de-lista socialista sublinha que «ainda não começámos a trabalhar no terreno, nas freguesias, com as pessoas, e nas próximas semanas vamos dar a volta a este estudo de opinião», acrescentando que tudo fará para evitar que a próxima Câmara seja «ingovernável».
Ficha técnica
Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem, S.A., para o Expresso e SIC, nos dias 12 e 13 de agosto de 2013. Entrevistas telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente no Concelho da Guarda, e habitando lares com telefone da rede fixa. Foram efetuadas 603 tentativas de entrevistas e, destas, 102 (16,9%) não aceitaram colaborar no estudo de opinião. A escolha do lar foi aleatória e o entrevistado, em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta forma resultou, em termos de sexo, feminino – 51,7%; masculino – 48,3%, e no que concerne à faixa etária, dos 18 aos 30 anos – 17,6%; dos 31 aos 59 – 49,5%; com 60 anos ou mais – 32,9% num total de 501 entrevistas validadas. O erro máximo da amostra é de 4,35%, para um grau de probabilidade de 95,0%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social
Luis Martins
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