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Solução para radares da Serra da Estrela ainda este ano

Recuperação das torres da Força Aérea em negociações com o Governo

As torres dos radares da Força Aérea Portuguesa (FAP) situadas no ponto mais alto de Portugal continental estão novamente na mesa de negociações entre a Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE) e o Governo.

A ideia de recuperar aquelas estruturas já é antiga. Em 2003, a RTSE reclamou uma dessas estruturas, a única actualmente abandonada, à Direcção-Geral do Património e à FAP, mas até hoje não houve qualquer resposta. A outra torre foi recuperada para acolher o posto sazonal da GNR na Serra da Estrela. «Já alertámos o comando da Força Aérea para a situação de degradação e perigo que ali existe, pois não podemos permitir acidentes ou que esta decadência arquitectónica continue», afirma Jorge Patrão, esperando que o Governo ajude a renegociar uma solução para o imóvel mais degradado. Algo que poderá acontecer «já este ano», avança o presidente da RTSE, até porque as duas torres integram um projecto global de valorização da estância de esqui. A ideia não é destruir as cúpulas, «por serem já uma imagem de referência», mas por integrá-las numa nova unidade hoteleira de quatro estrelas, com restaurante panorâmico para as pistas, que a Turistrela pretende implementar. «Os edifícios têm uma ligação por túneis que podem ser potenciados como zonas de serviço ou de complemento da nova unidade», exemplifica.

«Não queremos que se reestruturem pistas, teleskis, telecadeiras, canhões de neve, e equipamentos desse género, sem se recuperarem todos os edifícios que estão no ponto mais alto do continente», salienta Jorge Patrão. Por isso, além das torres, serão ainda recuperadas a antiga estalagem dos oficiais da Força Aérea e algumas oficinas também em ruínas. O projecto de valorização da estância engloba igualmente a ampliação das pistas, um trabalho entregue a técnicos espanhóis. A primeira fase deverá arrancar nos próximos meses, prevendo-se o dobro das pistas no perímetro actual, a reorganização dos serviços e a criação de mais valências. Tudo para dar resposta à procura, que tem tido uma «subida de quase 30 por cento por ano» desde que se implementaram os canhões de neve em 2003, garante o presidente da RTSE.

Por enquanto, ainda se desconhecem os moldes em que as torres serão cedidas. «Poderá ser por alguns anos ou até mesmo a venda», admite aquele responsável, acrescentando tratar-se de um assunto técnico a analisar entre o Governo e a FAP. «Mas terá que haver uma solução urgente, pois uma das cúpulas está a entrar em ruína acelerada», avisa, recordando que a Força Aérea «nunca informou os anteriores Governos sobre o que pretendia fazer para a reabilitação das torres. E isso dá-nos força para exigir o melhor», considera.

Liliana Correia

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