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Solução para a Torre de Santo António na calha

Câmara e Montepio Geral chegaram finalmente a consenso

Ao que tudo indica, e após quase três anos de negociações, a Câmara da Covilhã e o Banco Montepio Geral, proprietário da Torre de Santo António, chegaram a um consenso quanto ao futuro daquele imóvel abandonado e inacabado há mais de três décadas.

A garantida foi dada pelo director-coordenador do Montepio responsável por este processo, Victor Louro, apesar de não querer revelar pormenores sobre o acordo conseguido. Da sua parte, apenas revela que «as negociações estão bem encaminhadas», que haverá uma «solução que satisfaça ambas as partes» e que «não vai diminuir a cidade». No entanto, nada esclarece sobre se haverá ou não demolição do edifício com mais de 20 andares, que se ergue na paisagem covilhanense, nem que tipo de investimentos estão previstos para aquela zona. É que, segundo “O Interior” apurou, falta “limar” algumas arestas entre o Montepio e a Câmara da Covilhã. Aliás, a autarquia aguarda apenas que lhe seja enviada a minuta do contrato para poder «falar sobre o assunto», esclareceu Carlos Pinto. Até lá, o “segredo é a alma do negócio. Recorde-se que a administração do Montepio Geral e a autarquia encontram-se em negociações desde que Carlos Pinto avisou, em Maio de 2002, que iria demolir o edifício para dar lugar a um novo loteamento na zona, indeferindo então a renovação de licença de construção do prédio.

A ideia do presidente era construir habitações que não ultrapassassem os três pisos, além de requalificar todo o espaço envolvente. No entanto, a tarefa complicou-se após o Montepio Geral ter recorrido para tribunal a contestar a decisão camarária, já que o proprietário tinha a pretensão de concluir a obra. Desenhada pelo arquitecto Fernando Pinto de Sousa (pai do actual primeiro-ministro), a torre de 20 andares recebeu a primeira aprovação camarária em 1976, no executivo então presidido por Augusto Lopes Teixeira. Sustentada num financiamento bancário, a construção arrancou, mas, segundo se consta, a gestão dos recursos não terá sido a melhor, o que levou ao abandono dos trabalhos na década de 80. Na altura, parte do edifício já estava em fase de acabamentos. Votado ao abandono, o imóvel foi vandalizado e ocupado ilegalmente. Numa das últimas fases, o projecto previa a construção de quatro fogos por piso, sendo uma parte destinada a uma unidade hoteleira e a outra a habitação. No topo seria instalado um restaurante panorâmico. A altura excessiva, comparada com os restantes edifícios circundantes, fizeram com que o imóvel fosse considerado por muitos como o maior erro urbanístico da Covilhã.

Liliana Correia

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