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Sócrates anuncia para 2011 o fim das obras do Regadio

Domingos Torrão pediu «olhos nos olhos» ao primeiro-ministro para não introduzir portagens na Beira Interior

O primeiro-ministro anunciou na semana passada, em Penamacor, que «todos os trabalhos do Regadio da Cova da Beira estarão concluídos em Agosto de 2011». José Sócrates esteve naquele concelho para a inauguração da central mini-hídrica do Meimão, um investimento de quatro milhões de euros, com uma capacidade instalada de 6 MVA (mega volt-ampere), e para a consignação do bloco de rega da Fatela, a última etapa do projecto.

O primeiro-ministro constatou que o Regadio da Cova da Beira começou a ser estudado no ano em que nasceu, em 1957: «Está na hora de o acabar», considerou. O chefe do Governo, que se fez acompanhar pelo ministro da Agricultura nesta deslocação, congratulou-se por pertencer a uma geração que poderá «orgulhar-se de não ter adiado» o empreendimento. «Fizemos aquilo que tinha de ser feito», declarou. Dirigindo-se particularmente aos agricultores, lembrou ainda os novos desafios que se colocam a este sector na região, apelando ao associativismo e ao emparcelamento. «Depois da água, que já cá está, temos de olhar para a dimensão da propriedade», disse. Representando um investimento total actualizado de 320 milhões de euros e servirá quase 1.700 agricultores, o sistema deverá estar totalmente operacional em 2012.

Serão beneficiados 12.360 hectares de terrenos, em 29 freguesias dos concelhos de Sabugal, Belmonte, Covilhã, Fundão e Penamacor. Durante a cerimónia, o presidente da Câmara aproveitou para dirigir um pedido a José Sócrates: «Acabou de percorrer parte da A23, que tanto contribuiu para que se concretizasse. Espero, olhos nos olhos, que não vá atrás das cantigas de Lisboa e do Porto para a fixação de portagens, por mais que custe», disse o socialista Domingos Torrão. «Há regiões e regiões, há municípios e municípios, e o interior só consegue fixar gente criando riqueza e postos de trabalho», justificou. Contudo o autarca de Penamacor ficou sem resposta por parte do primeiro-ministro.

A central mini-hídrica de produção de energia elétrica do Meimão está instalada na conduta que abastece o regadio a partir da Barragem do Sabugal e aproveita o desnível de 220 metros para produzir electricidade com a força da água.

Primeiro-ministro evitou falar das portagens

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