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«Sinto-me legitimado para exercer a presidência»

Cara a Cara – Entrevista – Luís Coelho

P – Acha que demissão de João Rey era irremediável?

R – Era a alternativa mais viável e mais certa neste momento. O João tinha uma maneira centralizadora de conduzir as coisas, diferente daquela a que nós, muitas vezes, estamos habituados. Não é a minha maneira de trabalhar, nem da restante direcção e chegámos a um ponto em que não havia outra saída. O João centralizava os processos todos nele, muitas vezes só ele é que tinha acesso a algumas decisões e reuniões e nós, além de não participarmos, não tínhamos conhecimento. Outras vezes, ele tinha essas reuniões e recebia as informações conjuntamente com mais duas ou três pessoas, mas os restantes membros não tinham acesso. Eu, por exemplo, como vice-presidente, é difícil exercer qualquer tipo de função sem ter informações.

P – Afinal, a unidade apregoada no início não durou muito tempo?

R – Não, pelo contrário. Sinto que agora estamos mais unidos. A lista foi feita basicamente por mim e pelo actual tesoureiro, Amílcar Baptista. Reunimos, escolhemos as pessoas e convidámos o João para encabeçar a lista. Revelou-se que esta escolha não foi a mais acertada. As pessoas sentem-se agora mais à vontade e mais livres para agir, falar e trabalhar e, assim, as coisas funcionam melhor.

P – Sente-se com total legitimidade para ser presidente?

R – Sinto-me legitimado para exercer a presidência. Isso é mais do que natural. Estatutariamente está previsto que, em caso de saída do presidente, será o vice-presidente a assumir as suas funções. Ainda para mais nesta altura não fazia qualquer sentido que abandonássemos o barco, até porque vimos que o João era o problema e ele achou por bem demitir-se. Não fomos nós que o demitimos e agora temos que seguir em frente e continuar o nosso trabalho.

P – Acredita então ser possível alcançar consenso com a restante equipa?

R – Tenho a certeza disso. Há consenso com a restante equipa.

P – Quais as principais medidas que pretende desenvolver?

R – Fomos eleitos porque, acredito e espero, as pessoas, além de votarem nas nossas caras, votaram também nas ideias e nos projectos. Fomos eleitos com um programa e temos o dever de o cumprir e de trabalhar para isso, de modo a não defraudar o acordo que fizemos com o nosso eleitorado, que foi o mais expressivo até hoje. Primeiramente, temos de assegurar a realização da Semana Académica, que se avizinha a mais breve prazo. É um evento grande e, muitas vezes, diz-se que as associações só querem é fazer festas, mas é da Semana Académica que reverte muito dinheiro para a gestão corrente do ano e podermos trabalhar e fazer as outras actividades a nível da acção social e da pedagogia. Outro objectivo é conseguirmos dinamizar a sede da AAUBI.

P – Falta um mês para a Semana Académica. Esta mudança na presidência irá provocar alguma alteração ao programado?

R – Não. O cartaz é o que tínhamos pensado e não haverá alteração ao que está acordado.

P – São conhecidos dois candidatos a reitor. Acha benéfica a não recandidatura de Santos Silva?

R – Não sei se será benéfica ou não. Quantos mais candidatos houver, melhor. É mais democrático e há uma maior abertura e mais debate. Não temos nenhuma posição tomada relativamente a quem apoiar. No final do processo, quando soubermos quem são os candidatos, convidá-los-emos a virem à Associação para explicarem as suas ideias e o seu programa. Consoante isso, nós, em articulação com os alunos que fazem parte do Conselho Geral, conversaremos e tomaremos uma posição.

(Esta entrevista foi feita antes da Assembleia Geral de Alunos realizada na noite da última terça-feira)

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