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Sinistralidade rodoviária aumentou na Guarda em 2009

Distrito contraria tendência nacional, registando mais um morto do que em 2008

Enquanto os dados provisórios da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) apontam para um decréscimo da sinistralidade e de vítimas mortais a nível nacional no ano passado, a Guarda regista um aumento. No total, perderam a vida nas estradas do distrito 17 pessoas, mais uma do que em 2008. Também os acidentes cresceram, com a GNR a contabilizar mais 65. Os concelhos de Seia e Guarda são os mais problemáticos.

De acordo com os dados do Comando Territorial da GNR da Guarda, em 2008 houve 1.556 sinistros, dos quais 976 foram provocados por colisões e 552 por despistes. O restante diz respeito a atropelamentos. Apesar do aumento de acidentes de viação e de mortos, menos quatro pessoas ficaram feridas gravemente, verificando-se ainda um decréscimo ao nível dos feridos ligeiros (-33). As estradas municipais são as que registam maior sinistralidade, com 552 acidentes, mais 200 do que em 2008, enquanto que 459 aconteceram dentro das localidades. Neste caso, há uma diminuição, com menos 152 desastres. Nas localidades, houve ocorrências menores, «mas também grande parte dos atropelamentos», aponta o comandante da GNR da Guarda, Monteiro Antunes.

Seia é o concelho com maior número de acidentes (291), seguido da Guarda (229) e Trancoso (157). Já as estradas com menor sinistralidade estão em Manteigas (26) e Figueira de Castelo Rodrigo (44).

Para Monteiro Antunes, os dados relativos a Seia explicam-se com os «troços de vias que são afectadas por condições climatéricas adversas», como a neve e o gelo, e «uma rede rodoviária extensa, que atravessa muitas localidades». Além disso, o comandante refere que há que ter em conta o factor turismo e a proximidade com Viseu, Coimbra, Nelas ou Oliveira do Hospital, que «farão com que as vias do concelho tenham um tráfego médio diário superior» às dos restantes. Relativamente às auto-estradas e vias nacionais, é a A25 que está em destaque, com um total de 112 sinistros, sendo também a que regista um maior acréscimo. Comparativamente a 2008, houve mais 21 acidentes. Seguem-se, na lista negra da sinistralidade, a EN 102, com um total de 81, e a EN 17 (77), enquanto que as que menos problemas dão aos condutores são a EN 338 (4), o IP 5 (5) e a EN 18 (8). Numa análise geral aos dados de 2009, Monteiro Antunes admite que «continua a haver muita sinistralidade no distrito e índices significativos».

Ainda assim, «estamos muito bem em número de acidentes se compararmos os números, a frio, com os dados do país», afirma o comandante da GNR. No que toca a vítimas, por exemplo, os dados provisórios revelados na semana passada pela ANSR indicam que o distrito da Guarda é o sexto do país que contabiliza menos mortes nas estradas. Segundo Monteiro Antunes, foram as condições climatéricas adversas de Dezembro que contribuíram para o aumento da sinistralidade, principalmente no dia 16, em que o gelo complicou o trânsito. «Só nesse dia houve uns 20 acidentes, o que representa um terço do aumento», exemplifica este responsável. No caso da A25, o comandante aponta também a neve e o gelo, bem como as complicações de 16 de Dezembro, juntamente com «um dia de grande nevão» no início do ano, em que a auto-estrada «esteve aberta ao trânsito em situação adversa quando deveria ter sido encerrada». «Há 80 quilómetros de via na nossa zona de acção», acrescenta Monteiro Antunes. Quanto às principais causas da sinistralidade, o comandante coloca no topo da lista o excesso de velocidade, a circulação «demasiado próxima» do veículo que circula à frente e as ultrapassagens em locais proibidos.

Morreram 17 pessoas nas estradas do distrito o ano passado

Sinistralidade rodoviária aumentou na Guarda
        em 2009

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