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Sindicatos satisfeitos com adesão à greve na Beira Interior

Participação «massiva» dos enfermeiros provocou o adiamento de cerca de 100 consultas externas no Hospital da Guarda

Escolas encerradas, consultas e cirurgias adiadas foram alguns dos efeitos da greve geral da passada quarta-feira no distrito da Guarda. O coordenador da União dos Sindicatos, afecta à CGTP, ficou satisfeito com a adesão registada nos diferentes sectores, tendo enaltecido também o modo pacífico como as acções de protesto se desenrolaram.

Honorato Robalo fez um balanço «extremamente positivo» da greve, tendo em conta «a realidade distrital e outras greves gerais e da administração pública», salientando que a adesão «aumentou substancialmente em todos os concelhos» e na administração local, saúde e educação. No sector da saúde, os enfermeiros da Unidade Local de Saúde da Guarda tiveram uma «adesão global superior a 67 por cento no turno da manhã», tendo havido «oito serviços no turno da noite e 10 no da manhã a cem por cento». O sindicalista destacou a «adesão massiva» dos enfermeiros da consulta externa no Hospital Sousa Martins, o que provocou o adiamento de cerca de 100 consultas, bem como das cirurgias programadas. «Positiva» foi igualmente a adesão de cerca de 20 médicos na ULS. No que toca à administração local, o destaque vai para as Câmaras de Celorico da Beira e Sabugal, bem como os «serviços de limpeza, de água e saneamento e alguns na área administrativa».

No sector das Finanças, encerraram as repartições de Almeida, Gouveia, Manteigas e Seia. Nas escolas, encerraram os agrupamento de Celorico da Beira, Mêda, Seia e Manteigas, assim como as escolas da Sé, Augusto Gil e São Miguel (todas na Guarda). Já em Vila Nova de Foz Côa, o dirigente sindical realçou o fecho do Museu do Côa e do Parque Arqueológico. Quanto aos Correios, Honorato Robalo adiantou ter havido «adesão parcelar em vários postos», sendo que no caso da Guarda houve «apenas dois trabalhadores que foram trabalhar». O coordenador da USG referiu que os serviços mínimos foram assegurados «onde havia necessidade» e que os trabalhadores «cumpriram o seu direito à greve de forma ordeira». Como «negativo», apontou o o facto de «muitas instituições privadas terem sonegado a liberdade de intervenção cívica dos dirigentes sindicais, nomeadamente as IPSS’s».

Em Castelo Branco, os números da greve também agradaram, uma vez que «esteve ao nível da adesão nacional e constituiu a maior acção conjunta dos trabalhadores do distrito realizada nos últimos anos». Em nota enviada às redacções, Luís Garra, coordenador da União dos Sindicatos, sustenta que, «ao contrário de greves anteriores, em todas as empresas e locais de trabalho houve trabalhadores a aderir», salientando que «nas autarquias locais se verificou a maior adesão de sempre». Segundo o PCP, houve «mais de 80 escolas» sem aulas no distrito e no sector da Justiça registou-se uma «adesão de cem por cento nos Tribunais de Castelo Branco, Fundão e Covilhã, onde funcionaram os serviços mínimos».

Ricardo Cordeiro O sector dos Correios foi um dos que registou «adesão parcelar» em vários postos do distrito da Guarda

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        Beira Interior

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