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Simulacro testa coordenação de meios entre forças de segurança e de salvamento

Bombeiros Voluntários da Covilhã simularam acidente grave com mais de 50 crianças

Seis mortos e cerca de 50 feridos, entre os quais dez muito graves, foi o balanço do acidente entre um autocarro que transportava mais de 50 crianças e duas viaturas ligeiras que ocorreu no último sábado no eixo TCT. O acidente, que foi comunicado às 17h45 em ponto pelo comandante dos voluntários da Covilhã, não passou de uma simulação para testar a eficácia das forças de segurança e de salvamento do concelho, inserida em mais um aniversário da corporação, mas em “quase tudo” parecia real.

As mais de 50 crianças pintaram-se a preceito com tinta vermelha, rasgaram roupas e enfiaram-se dentro do autocarro que tinha capotado no eixo TCT. Mesmo ao lado, estava uma viatura ligeira com três passageiros e uma outra enfiada debaixo do autocarro, onde estavam dois jovens. Com este simulacro, bem diferente dos que têm sido realizados em anos anteriores, os “soldados da paz” e as restantes entidades de segurança e de salvamento (Protecção Civil, Centro Hospitalar Cova da Beira, PSP e GNR) pretenderam testar pela primeira vez no concelho a «coordenação de meios» caso o acidente fosse real. Ao local, ocorreram mais de 70 bombeiros, cerca de 50 agentes da PSP e da GNR, uma equipa médica, 15 ambulâncias, dois auto-comandos, um veículo de apoio que transportou água para o local, um veículo especial para matérias perigosas e o novo Veículo de Intervenção Rápida (VIR), equipado com material de salvamento e desencarceramento. Equipamento testado de imediato e pela primeira vez para assinalar os 129 anos da instituição e que resulta do subsídio de 26 mil euros oferecido pelo ministro da Administração Interna, Figueiredo Lopes.

«É a primeira vez que se levou a cabo uma situação com esta seriedade», disse o vereador responsável pela Protecção Civil, João Esgalhado, bastante satisfeito pelo facto do exercício ter servido para detectar «a necessidade de aperfeiçoar mecanismos e estratégias que aumentem a eficácia de cada uma das instituições», tendo em conta que o simulacro revelou algumas falhas. Uma delas teve a ver com a comunicação entre as várias entidades, tal como admitiu o comandante dos BVC, José Flávio. Daí que a próxima aposta da corporação covilhanense seja numa «viatura de transmissões» totalmente equipada para estabelecer e coordenar as comunicações. Mas no geral, o balanço dos representantes das várias entidades de segurança e saúde foi positivo. João Gomes, director clínico do CHCB, disse mesmo que «se isto acontecer, nós temos capacidade para responder», mesmo apesar da equipa composta por um médico, enfermeiro e um psicólogo, ter sido deslocada para o local do suposto acidente numa viatura da PSP dada a ausência da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). «Estes veículos estão neste momento todos disponibilizados para o Euro 2004, mas temos as equipas preparadas para estas situações», justificou. Por agora, o hospital está a discutir internamente o plano de emergência para enviar a todas as instituições. «Gostaria de ter um simulacro em que ninguém fosse avisado», confessou.

Liliana Correia

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