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Simpósio de Arte Contemporânea juntou na Guarda artistas de todo o mundo

Pintores e escultores trabalharam ao vivo durante quinze dias e as suas obras vão integrar espólio do futuro “Quarteirão das Artes”

Dezenas de artistas nacionais e estrangeiros marcaram presença no Iº Simpósio Internacional de Arte Contemporânea para mostrar o seu talento à cidade da Guarda. Entre 28 de maio e 14 de junho, sete escultores e sete pintores trabalharam ao vivo na Praça Velha e na Rua dos Bombeiros Voluntários. O evento contemplou múltiplas abordagens da arte contemporânea, nomeadamente na escultura, pintura, arte urbana e serigrafia.

A polaca Mariola Landowska aceitou o convite do diretor do museu, João Mendes Rosa, e não se arrepende: «Este simpósio é de admirar pelas pessoas que vemos aqui, que se dedicam e trabalham muito para isto acontecer», refere a pintora que leva da Guarda mais uma experiência que «me fez crescer». «Na pintura todos os artistas têm o seu estilo e isso tornou este simpósio mais rico. O nosso encontro e a partilha dos nossos pensamentos e das nossas opiniões fazem-nos crescer», sublinha a artista. A pintora, que se inspira nas memórias das viagens que realiza, deixou na Guarda a obra “Viagem Ibérica”, que aborda a arte rupestre do Brasil e de Vila Nova de Foz Côa. «Criei uma paisagem do tempo, imaginei como vivia o homem rupestre naquela época e os elementos presentes no quadro procuram uma harmonia. Existe uma ligação entre o homem e a natureza», adianta. Além disso, «procurei algo onírico, bonito, e ao mesmo tempo pensativo e filosófico», acrescenta.

Também a alemã Brigitte von Humboldt viajou de Lagos (Algarve), cidade onde vive atualmente, e admite nunca ter participado num «simpósio tão bonito». A pintora diz ter ficado impressionada com «as pessoas que organizaram, pois tentaram juntar várias coisas diversificadas como a poesia, arte plástica e artistas de todo o mundo que se conheceram aqui». Na Guarda deixou uma tela «totalmente abstrata, baseada em cores vivas, onde as pessoas podem imaginar coisas», refere a artista. Já na Praça Velha, o francês Gerard Queheillalt criou uma escultura em homenagem ao poeta guardense Augusto Gil, uma obra em «mármore português». Também escultor, mas vindo da Índia, Tuto Pattnaik inspirou-se na sua cultura e no seu país, nomeadamente na «mitologia indiana e na relação com a Europa», revela. A planta medicinal típica da Índia, tulsi, veio dar o toque final na peça que vai deixar à Guarda.

As obras produzidas durante os quinze dias do Simpósio vão integrar o espólio do futuro “Quarteirão das Artes”, projeto que o município se encontra a desenvolver. Promovido pela autarquia, em parceria com a Universidade de Salamanca, o SIAC contou ainda com exposições, colóquios, recitais de poesia, apresentação de livros, cinema, documentários, jazz e música contemporânea, “workshops” e arte urbana. A sessão de encerramento decorreu anteontem na galeria de arte do TMG onde marcaram presença os escultores José Luís Coomonte, Pedro Cabrita Reis, José Pedro Croft e Zulmiro de Carvalho.

Patrícia Garrido Iniciativa envolveu dezenas de artistas nacionais e estrangeiros

Comentários dos nossos leitores
Vando Figueirêdo V. Figueiredo@hotmail.com
Comentário:
Boa Matéria!E grande iniciativa da cidade de Guarda. Parabéns.
 

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