Há comportamentos que não podem deixar de ser interpretados como sinais das opções e sensibilidades de quem os adopta, seja por acção, seja por omissão.
Na passada semana foi notícia, a nível local, que cerca de 200 trabalhadores/desempregados da Delphi se deslocaram ao edifício da Câmara Municipal da Guarda a fim de solicitarem a aposição de um carimbo comprovativo de terem procurado emprego (de acordo com as imposições vigentes em matéria de subsídio de desemprego).
Este gesto não pode deixar de ser lido com a simbologia da mensagem dirigida às entidades públicas e importa ter especial atenção e sensibilidade para o problema gerado com o encerramento desta unidade empresarial e para o drama social daí derivado. O executivo socialista da Câmara da Guarda tem 5 (cinco) vereadores a tempo inteiro.
Destes eleitos locais, de acordo com as notícias divulgadas, ninguém se dignou receber os trabalhadores em causa.
Esta atitude (omissão) não pode deixar de ter uma leitura e interpretação inequívoca:
Para a opção do executivo municipal que governa o concelho da Guarda, as questões do investimento e empregabilidade não são prioritárias e não os sensibiliza.
Ao invés, assistimos, semanalmente a deslocações dos eleitos locais em exercício a tempo inteiro (e respectivas comitivas) a todos os eventos culturais, lúdicos, carnavalescos e afins (…)
Como tenho afirmado, é uma questão de opção: opta-se pelo pão e circo e descura-se a sustentabilidade em termos de opções estruturais para o desenvolvimento.
Por: Manuel Rodrigues *
* presidente da Concelhia da Guarda do PSD