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Sic transit gloria mundi

Arrisco hoje o perfil do meu candidato. Em primeiro lugar, ele tem que querer. Querer o lugar a que se candidata, querer ser presidente da Câmara. É que só querendo ser, ele se preparará e organizará a vida para ser e sê-lo com dedicação exclusiva e, se calhar, até fará qualquer coisa de útil pelos seus concidadãos.

É que eu já não suporto aqueles outros que até se recandidatam com imenso sacrifício pessoal e das “pobres” famílias, que estão fartos disto. Pior: estão cansados de tanta incompreensão e tamanha ingratidão. A esses outros, digo-lhes daqui expressa e formalmente que, por mim, ficam desonerados desse pesado encargo: façam um impagável favor a vós próprios e a todos nós, desistam.

Em segundo lugar o meu candidato deverá afirmar que vai fazer NADA (de novo, claro), já que os antecessores já fizeram tudo, das rotundas desnecessárias aos mamarrachos a que chamam monumentos, dos pavilhões desportivos aos campos sintéticos sem atletas, das urbanizações “vende-se” às zonas industriais sem empresas, das inaugurações de obra (por regra) alheia aos espetáculos (grátis?)…

Repito: o meu candidato fará NADA que não seja empenhar-se na melhoria da qualidade de vida dos seus concidadãos, limpando, alindando, pintando, cuidando, reabilitando, regenerando, preservando arruamentos, fachadas, jardins e espaços verdes em geral… E já agora, potenciando turismo e emprego. Nada mais. Terá o meu voto!

Tanta vez ouvi o meu saudoso amigo, advogado de Coimbra, Joaquim Gil, trautear este discurso que me obriguei a decorá-lo e a reescrevê-lo!

Por: Fernando Pereira

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