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Serviços mínimos para a festa

Figueirense garantiu conquista do título com vitória difícil em Vilar Formoso

A precisar apenas de um ponto para chegar ao título do Distrital da Guarda, o Ginásio Figueirense fez a festa no último domingo, em Vilar Formoso, onde venceu por duas bolas sem resposta. No entanto, o triunfo não foi nada fácil para os novos campeões, já que os golos surgiram no último quarto-de-hora da partida.

Na primeira parte até foi a equipa da casa que jogou melhor e esteve mais perto da baliza contrária. Logo aos 3’, David cabeceou com muito perigo e obrigou Cláudio a defesa apertada. Sem exercer o domínio que normalmente consegue, o Figueirense parecia algo adormecido, enquanto os seus jogadores revelavam demasiada ansiedade. Aos 18’, o guarda-redes visitante foi obrigado a aplicar-se para evitar o golo de Celso, que surgiu a rematar de primeira após passe de Manuel Luís. A primeira jogada de relativo perigo do líder ocorreu apenas aos 21’, mas Luís Paulo, em boa posição, chegou ligeiramente atrasado ao cruzamento de Faneca. Os minutos iniciais da etapa complementar não trouxeram nada de novo na dinâmica do encontro e, aos 48’, Celso voltou a dispor de espaço para rematar forte na área contrária, obrigando Cláudio a nova intervenção. Mas, aos poucos, o Figueirense foi melhorando e, aos 69’, Luís Paulo esteve perto do golo após cruzamento/remate de Gerry.

Até que, aos 77’, Paulo Jacinto inaugurou o marcador. Jogada de insistência dos figueirenses, com Faneca a aparecer atrás da defesa local para servir o seu ponta-de-lança que, à boca da baliza, só teve que encostar para o fundo das redes. A jogada motivou alguns protestos nas hostes da casa, que reclamaram fora de jogo. O Vilar Formoso tentou reagir, mas, aos 81’, foi Valter, com uma “bomba” de fora da área, que esteve perto de marcar. O segundo golo chegou mesmo aos 87’, quando Luís Paulo culminou da melhor forma um contra-ataque mortífero do novo representante do distrito da Guarda nos Nacionais. O trio de arbitragem, chefiado por Fernando Nevado, fez um bom trabalho, merecendo o benefício da dúvida no lance do primeiro golo.

Objectivo: dobradinha

No final da partida, Manuel Barbosa era um homem satisfeito por ter conseguido levar a equipa de Figueira de Castelo Rodrigo ao título depois de tanto tempo de espera: «Acho que uma equipa com o percurso do Figueirense, que só perdeu um jogo em 28 jornadas, merece ser campeã com todo o mérito», afirmou. Conquistado o campeonato, o técnico considerou ser ainda muito cedo para dizer se vai continuar no comando técnico da equipa na próxima época. Para já, tem vontade de conquistar a “dobradinha” e vencer também a Taça de Honra da Associação de Futebol da Guarda. Já o presidente do Ginásio recordou que o indesejado epíteto de “eternos segundos” já lá vai. «Depois de 10 ou 12 anos a tentar ser campeão, o Figueirense conseguiu-o finalmente», sublinhou Aurélio Ferreira.

Também os atletas estavam eufóricos com a conquista do campeonato, sendo mesmo uma “despedida em beleza” para Boneco. Com 41 anos, o guarda-redes vai abandonar o futebol, tendo sido titular durante grande parte da época. «É o meu quarto título de campeão distrital, mas este tem um significado completamente diferente por ser com a equipa da minha terra», realçou, visivelmente emocionando, dedicando a conquista do campeonato ao seu pai, falecido recentemente, e à família. No Vilar Formoso, o técnico Palhota considerou que a sua equipa sofreu dois golos «fruto da falta de atenção» dos seus atletas, acrescentando que até lá, «o Figueirense não teve uma oportunidade clara de golo».

Ricardo Cordeiro

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