Arquivo

Serra da Estrela aposta na reflorestação

Secretário de Estado do Ambiente assistiu à plantação de oito mil carvalhos numa zona destruída pelo fogo em 2005

O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, assistiu na última terça-feira, Dia Mundial da Floresta, à plantação de cerca de oito mil carvalhos negrais no Vale da Adega (Manteigas), zona do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) destruída pelo fogo em 2005. O governante presidiu ainda à cerimónia de apresentação do Plano de Avaliação, Minimização e Recuperação de áreas ardidas em 2005.

As oito mil árvores plantadas são uma espécie autóctone e provêem dos viveiros florestais do Instituto da Conservação da Natureza, na Reserva Natural da Serra da Malcata. Esta acção de recuperação de área ardida contou com a participação de dezenas de pessoas, entre alunos das escolas locais, sapadores florestais, bombeiros voluntários, vigilantes da Natureza, trabalhadores da Direcção-Geral de Recursos Florestais (DGRF) e elementos da Associação de Familiares e Amigos do Cidadão com Dificuldades de Adaptação da Serra da Estrela. O plano apresentado representa um investimento global de 605 mil euros a executar em 2006 e 2007, contemplando medidas como o corte de árvores queimadas e, sempre que necessário, a sua deposição sobre o terreno para a formação de barreiras contra a erosão, a plantação de espécies florestais autóctones e de espécies vegetais importantes, que tenham fraca capacidade de regeneração natural. Está ainda prevista a melhoria de infraestruturas como a recuperação de 10 charcos de água e de pequenas barragens já existentes para apoio à fauna.

O secretário de Estado do Ambiente admitiu que «há perdas que precisam de décadas para recuperar», salientando que se deve privilegiar a «diversidade de povoamentos florestais». Humberto Rosa frisou que o Plano de Avaliação, Minimização e Recuperação de áreas ardidas terá enquadramento no Plano Operacional do Ambiente, garantindo que está a ser dada «especial atenção à prevenção». Por seu turno, Fernando Matos, director do PNSE, sublinhou que a área ardida no ano passado representa «25 por cento do que ardeu no espaço de 11 anos». Do mesmo modo, «antes do início dos incêndios, existiam 20 habitats nas três áreas ardidas, cinco dos quais prioritários», tendo sido «afectadas duas espécies endémicas», disse. Recorde-se que a Serra da Estrela foi a área protegida que mais sofreu com os incêndios de 2005, com mais de metade das superfícies queimadas. Os fogos consumiram, no ano passado, quase 20 mil hectares de áreas protegidas, dos quais 11.202 no PNSE.

Sobre o autor

Leave a Reply