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Selo de qualidade para promover têxteis portugueses

ANIL e UBI desenvolvem “Portugal In” para continuar a imagem criada com o TexVision

Depois do sucesso que o “Portugal In”, campanha de promoção dos têxteis portugueses alcançou em Espanha, a Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL), em parceria com a Universidade da Beira Interior (UBI), prepara-se para continuar a dar vida a esta campanha de imagem através de um «selo de qualidade» com a mesma denominação daquele sub-projecto do TexVision – iniciativa lançada em conjunto com a Associação Portuguesa dos Industriais de Vestuário (APIV) para promover os têxteis e melhorar a competitividade das indústrias nacionais de lanifícios e de confecções.

O selo “Portugal In” continua a ser «uma campanha de imagem», esclarece José Robalo. «Não é uma marca, mas uma divulgação da imagem» dos tecidos e confecções que começou a ser feita em Espanha, continua o presidente da ANIL, para quem este selo de qualidade reflecte um «investimento em toda uma indústria nacional que tinha que continuar», defende. No fundo, trata-se de um «prolongamento da campanha» promovida durante o ano passado no país vizinho. «Os resultados muito animadores» do TexVision levaram José Robalo a manifestar a vontade de continuar a desenvolver e a cimentar nos mercados nacionais e internacionais a «imagem de marca» dos têxteis portugueses, mas sob outros projectos. Graças aos desfiles de moda e a campanhas publicitárias, a ANIL e a APIV (com um orçamento de 3,5 milhões de euros), conseguiram colocar Portugal como o segundo maior fornecedor de tecidos em Espanha, cujas vendas subiram em cerca de 25 por cento. Um aumento para o qual contribuíram ainda as várias participações das empresas portuguesas nas mais diversas feiras têxteis.

O selo de qualidade “Portugal In” é a forma mais correcta que a ANIL encontrou para «manter o mesmo carácter generalista» numa campanha de imagem, visto que se está a «representar uma marca com “n” empresas», adverte o presidente da ANIL. O objectivo deste selo é que funcione à semelhança do selo da Woolmark. «É um dos símbolos mais conhecidos do mundo», sendo identificado como «imagem de marca e qualidade técnica». E é um «exemplo feliz» que a ANIL gostaria de aplicar no “Portugal In”. «Queremos que o nosso selo não seja apenas de qualidade, mas também uma imagem de marca», sustenta Robalo. O projecto ainda está «no início», adianta o presidente da ANIL, pelo que não quer entrar muito em pormenores. Por enquanto, apenas fica a garantia de que a ideia subjacente ao selo «está ligada a uma certa qualidade», pelo que terá que obedecer a «critérios» e a determinadas «características» de qualidade. Um controlo que deverá ficar a cargo da UBI, graças ao Departamento de Engenharia Têxtil.

O projecto ainda está a ser concluído, mas a ANIL espera poder «encaixá-lo» dentro das novas linhas do POE-PRIME. A única certeza neste momento é que “Portugal In” terá «outros moldes» bem diferentes do TexVision. As confecções, que foram parceiras das indústrias de lanifícios durante o TexVision, poderão não participar neste projecto. «Não sei se as confecções estão interessadas. Ter uma marca é importante e talvez não lhes interesse fazer parte do selo de qualidade», justifica Robalo, se bem que não exclui a possibilidade destas «utilizarem a etiqueta como símbolo de qualidade». Mas estes pormenores apenas serão definidos após a apresentação do projecto ao POE – PRIME e saber em que linha será apoiado.

ANIL quer criar rede de empresas

Com o objectivo de promover a indústria têxtil nacional, a ANIL pretende criar em breve uma «rede de empresas têxteis sob uma marca comum». A rede está em preparação há cerca de quatro meses e deverá ser integrado por empresas de vestuário e de lanifícios. «Não me quero adiantar muito sobre isto» até porque «queremos ver primeiro como é que o projecto decorre noutros países», explica José Robalo, ainda para mais quando há que «interessar primeiro as empresas». A iniciativa está a ser desenvolvida em vários países da comunidade europeia através do programa comunitário de incentivo à economia Equal.

Liliana Correia

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