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Sede da Federação deverá nascer dentro de cinco anos

Estrutura vai nascer junto ao recinto do actual quartel dos bombeiros da Guarda

A primeira pedra para a construção da sede da Federação dos Bombeiros do Distrito da Guarda foi lançada no último sábado, com a assinatura do protocolo com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Egitanenses para cedência do terreno, através de um contrato de 50 anos, renovável automaticamente.

A estrutura vai nascer junto ao novo quartel dos bombeiros, ficando a Federação obrigada a construi-la num prazo de cinco anos. O projecto, da autoria de António Saraiva, foi oferecido pela sociedade PolisGuarda, que se comprometeu há um ano para tal, e que posteriormente foi desenvolvido por um gabinete projectista nas várias especialidades, um trabalho que também foi oferecido à Federação.

Em termos práticos, o projecto contempla um edifício que dê apoio às necessidades da FBDG, «sem entrar em grandes megalomanias», já que por se inserirem no recinto dos BVG, poderão usufruir de alguns apoios e complementos existentes nesse mesmo quartel. A estrutura terá no rés-do-chão um grande salão polivalente com alguma autonomia para fazerem actividades não directamente ligadas ao dia-a-dia da Federação, podendo ainda alugar ou ceder para outros fins. No mesmo andar, haverá outra área interligada de bar e sala de estar com uma componente museológica que se destina à colocação de pequenas peças e algumas recordações de sessões e actos, com vitrinas e outros elementos. Três secções que se interligarão «sempre», explica Saraiva, com uma pequena recepção, garagem e apoios para arrumos e instalações sanitárias em toda a área. Já o primeiro piso destina-se mais à parte directiva com a secretaria, gabinetes de apoio e uma área de formação, esticando-se também para aí a área museológica. «Foi este o desafio que fizemos e quisemos oferecer à Federação, agarrando o próprio terreno e todo o talude onde se vai inserir [situado no início do recinto do quartel dos bombeiros]», continua o arquitecto,.

O lote tem cerca de dois mil metros quadrados, incluindo os arranjos em termos de exteriores, estacionamento, acessos, e todo um arranjo ajardinado em redor do edifício. Em termos de construção, o espaço representa cerca de 900 metros quadrados distribuídos pelos dois pisos, com um orçamento de 750 mil euros (150 mil contos) «devidamente» instalado, a restar apenas o mobiliário. Esmeraldo Carvalhinho, vereador da Câmara Municipal, fez votos para que a edificação seja tão célere quanto o tempo que demorou a assinatura do protocolo, idealizado há precisamente um ano, e «tão fácil como foi a cedência do terreno», congratulando-se por terem conseguido fixar a sede da Federação na capital de distrito. Também Seara Pires, presidente da FBDG, elogiou o cumprimento da palavra, apontando sobretudo a funcionalidade e sobriedade do novo espaço, que terá ainda um auditório para cem pessoas e uma sala de formação para 25 formandos. Uma obra que os bombeiros «merecem pelo reconhecimento do seu trabalho», acrescentou. Duarte Caldeira, presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, preferiu elogiar a ligação dos bombeiros com a autarquia e a Federação com vista à criação de um espaço próprio para «trabalho do distrito». Relativamente à vaga de incêndios que continua a assolar o país, Caldeira frisou que no final de Setembro haverá uma reunião entre o Ministério da Administração Interna, Associação Nacional de Municípios Portugueses, Liga e responsáveis operacionais que estiveram e continuam no terreno para «vermos se há necessidade de voltarmos ao princípio, recuperando e reconstruindo um projecto que sirva melhor os portugueses». Em causa está também a segurança dos bombeiros, 49 dos quais perderam a vida de há 20 anos a esta parte. Um exército que «deve manter-se unido e sem faltas», prosseguiu Duarte Caldeira, apelando a que «se separe o trigo do joio logo que as chamas se apaguem».

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