Oito associações agrícolas e de produtores agro-pecuários da Beira Interior vão pedir ao ministro da Agricultura a criação de novas linhas de crédito para as explorações afectadas pela seca. Na carta dirigida a Jaime Silva, é pedida uma linha de crédito «por um prazo nunca inferior a sete anos, com juros bonificados» e uma outra «de montante superior, para alimentação animal». No caso do crédito para alimentação animal, os agricultores pedem um período de carência de um ano e prazo de liquidação não inferior a três. É igualmente reivindicado o financiamento público do transporte de palhas e fenos de origem estrangeira. No conjunto de nove medidas propostas, o documento pede ainda a flexibilização das medidas tomadas no âmbito do combate à doença de “língua azul”, que impedem a comercialização e movimentação de gado. Segundo as associações, as medidas de controlo daquela doença estão a provocar uma sobrecarga do número de animais nas explorações, «numa altura em que as forragens são quatro a cinco vezes mais caras», sublinham. Ou seja, a situação «ameaça a sobrevivência da maioria das explorações, sendo previsível o abate indiscriminado de gado». Na generalidade das explorações agro-precuárias dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, ocorreram menos de dez dias de chuva desde Novembro de 2004. Subscrevem o documento a Associação de Produtores de Ovinos do Sul da Beira (Ovibeira), a Associação de Produtores Florestais da Beira Interior (Aflobei), a Associação de Produtores Biológicos da Raia (Bioraia), a Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI) e a Associação de Regantes e Beneficiários do Regadio da Cova da Beira.
