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Secretário de Estado do Turismo garante continuidade da RTSE

Bernardo Trindade esteve na região para apadrinhar o lançamento das principais obras do PITER

A Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE) não deverá ser integrada numa eventual marca Região Centro, que poderá vir a ser criada no âmbito da reforma do Governo para o sector. A garantia, ainda que não de forma explícita, foi dada pelo secretário de Estado do Turismo que esteve na região, na última segunda-feira, para apadrinhar o lançamento de algumas das principais obras do Programa Integrado Turístico de Natureza Estruturante e Base Regional (PITER) “Serra da Estrela Dinâmica”.

Presente em Belmonte no arranque do Centro de Interpretação dos Descobrimentos, Bernardo Trindade afirmou que o Plano Estratégico Nacional de Turismo «definiu um conjunto de novas centralidades turísticas e a Serra da Estrela é claramente uma delas». O governante realçou que veio à região para «valorizar esta marca tão importante» e «apoiar um conjunto de investimentos público-privados», elogiando a «capacidade de iniciativa desta gente». O secretário de Estado acrescentou que o Governo vai continuar «a acarinhar a iniciativa dos autarcas, da Região de Turismo e de todas estas pessoas que de, uma forma directa ou indirecta, se preocupam com a valorização do turismo em Portugal e na Serra da Estrela, em particular». Considerando que a RTSE tem desenvolvido um trabalho «extremamente meritório para a valorização desta marca tão importante no país», o responsável pela pasta do Turismo salientou que, em relação ao PITER, o mais importante não é o «dinheiro a distribuir». «Estamos a valorizar os recursos financeiros de uma forma sustentada e que garanta que no interior, e nomeadamente na zona da Serra da Estrela, possam, de facto, ser apoiados projectos de qualidade que sejam diferenciadores e que permitam suscitar a procura de turistas», reforçou.

Nesse sentido, afirmou que Belmonte é um «belíssimo exemplo» desta tendência, esperando que a obra agora lançada «possa continuar o projecto de afirmação» iniciado com o Museu Judaico. Quem ficou agradado com a aparente garantia de que a RTSE se vai manter foi Jorge Patrão, presidente do organismo, que na semana passada tinha contestado uma possível integração nessa marca Região Centro. «No ano passado tivemos uma boa prenda de anos, que foi a apresentação do Plano Estratégico Nacional de Turismo que assume como eixo prioritário a marca Serra da Estrela e o facto dela ter sido escolhida é um exemplo de aposta no interior», garantiu. O Centro de Interpretação dos Descobrimentos deverá abrir ao público «em finais de 2008», estima Amândio Melo, presidente da Câmara de Belmonte. Ao todo, a nova estrutura museológica deverá representar um investimento global superior a dois milhões de euros, entre a parte da obra física, orçada em 1,1 milhões de euros, e a parte dos conteúdos multimédia, que deverão custar perto de um milhão de euros. Mas neste caso ainda se trata apenas de uma «estimativa», porque não foi feito o concurso para a adjudicação.

No âmbito das comemorações do cinquentenário da RTSE, o secretário de Estado do Turismo esteve ainda em Gouveia, onde apadrinhou o lançamento da obra de recuperação de um edifício fabril do século XIX, que será transformado no “Moments Hotel”, um hotel de charme de quatro estrelas orçado em mais de 4,2 milhões de euros. Depois passou por Manteigas para inaugurar a Casa das Penhas Douradas, um hotel rural, e depois de Belmonte participou na Covilhã num encontro com empresários do PITER “Serra da Estrela Dinâmica”. Regressa amanhã para o início do projecto do Centro de Interpretação Judaico (Trancoso), orçado em cerca de 1,5 milhões de euros, e na apresentação do projecto “Memorial da Vida”, dedicado a Aristides Sousa Mendes (Almeida).

Ricardo Cordeiro

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