O presidente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela (ANCOSE) diz que a falta de chuva está a ser «quase uma calamidade» para os pastores da região.
«Neste momento não há pastos, só terra. Devido à geada e à seca, os campos estão negros, sem qualquer vegetação», exemplificou Manuel Marques, considerando a situação «muito preocupante» nos 18 concelhos que integram a região demarcada do queijo Serra da Estrela. «Não havendo verdura, uma alimentação que se adapte à produção de queijo, alimentar ovelhas com ração e feno não é a mesma coisa», sublinhou o presidente da ANCOSE. O dirigente chama ainda a atenção para o aumento das despesas dos produtores, cujas explorações «não estão a produzir para custear a alimentação dos animais». A ministra da Agricultura já foi informada desta situação «preocupante» para um setor onde, segundo Manuel Marques, muitos pastores já admitem abandonar a atividade porque «está a ser muito caro alimentar os animais».
Atualmente, o efetivo animal na área demarcada do queijo Serra da Estrela ronda as 100 mil ovelhas de raça bordaleira, mas «está a baixar todos os anos», adianta o presidente da ANCOSE. A associação tem cerca de quatro mil sócios nos concelhos de Carregal do Sal, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Seia, Oliveira do Hospital, Penalva do Castelo, Covilhã, Guarda, Trancoso, Aguiar da Beira, Arganil, Tábua, Tondela e Viseu.
