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«Se não apostarmos nos recursos humanos dificilmente teremos sucesso»

Cara a Cara – João Nuno Serra

P – Qual a importância da Enforce ter sido considerada, pelo segundo ano consecutivo, como uma das 100 melhores empresas para trabalhar em Portugal?

R – A importância é grande, embora nos dê a responsabilidade de querermos subir no ranking e continuar a aposta nos recursos humanos. Este é o segundo ano em que fizemos a nossa candidatura e passámos a constar do ranking das 100 melhores empresas para trabalhar. O objetivo é, na medida do possível, ir subindo. No ano passado fomos 49ºs, este ano descemos para o lugar 57, o que se ficou a dever à análise que foi feita, daí eu dizer que é importante estarmos, mas também subir na classificação.

P – Esta posição entre empresas de todo o país é um incentivo adicional para continuarem com o vosso trabalho?

R – Sim, estão a comparar-nos com empresas a nível nacional de vários sectores porque a desagregação é feita por áreas de serviço como a indústria, o turismo, nós estamos nos serviços e nesta área há uma série de atividades, mas o que podemos analisar é que, por exemplo, naquelas que são diretamente nossas concorrentes até ficámos acima delas. No fundo, a classificação é fruto da nossa aposta nos recursos humanos. Uma empresa como a nossa, de engenharia, tem nos recursos humanos o seu potencial e se não houver essa aposta dificilmente teremos sucesso porque os recursos humanos são para nós o bem essencial e o ativo mais importante que a empresa tem para poder progredir.

P – Que requisitos foram levados em conta para a atribuição desta distinção?

R – O lugar obtido tem a ver com o inquérito que foi realizado ao pessoal da empresa, mas fundamentalmente com o bom ambiente de trabalho, o reconhecimento em termos de progressão na carreira e também com alguma questão material relacionada com os vencimentos. Obviamente que o dinheiro não é tudo na vida, mas é uma parte importante e nestas coisas não importa termos só bom ambiente e algumas regalias até imateriais na empresa. Há alguns anos que temos a prática de distribuir parte dos lucros aos funcionários, desde que haja resultados positivos na empresa. Não sendo acionistas da Enforce, são eles os primeiros a receber parte do lucro. Temos outras regalias como protocolos com uma clínica dentária, um seguro de vida para todos os nossos colaboradores e boas condições de trabalho em termos do que é a área individual de trabalho de cada um, com bons equipamentos ao nível de informática.

P – Quantos trabalhadores tem a Enforce atualmente? Existe a previsão de aumentar esse número a breve prazo?

R – Atualmente somos 10 e estamos a recrutar mais dois que vão entrar no mês de março. Dos 10, só um é que não é quadro superior. O grupo Enforce já tem atualmente três empresas, embora aquela de que falamos seja a Enforce Engenharia. Vamos dar início este ano a uma “spin-off” da nossa empresa numa área que vamos anunciar brevemente e aí estimamos vir a criar, pelo menos, mais 10 postos de trabalho. Será para abrir ao lado das nossas instalações, vamos partilhar algum espaço e tudo isso está a ser tratado, pois o objetivo é entrar em operação no segundo semestre deste ano.

P – Em 2012, a empresa já recebeu esta distinção. Considera que essa escolha contribuiu para atrair mais clientes?

R – Este é um reconhecimento que a sociedade acaba por aceitar bem. Hoje, são cada vez mais importantes os resultados e a criação de emprego por parte das empresas, mas sobretudo é preciso termos empresas que consigam gerar emprego de forma sustentável. Para podermos dar melhores condições aos que se vão juntar a nós temos que ter rentabilidade e procurá-la cá dentro e, sobretudo, fora do país para continuar a manter a empresa nestes níveis de performance porque, se entrarmos numa espiral de começar a reduzir a nossa margem para manter os postos de trabalho, provavelmente no médio prazo iremos morrer, que é o que acontece muitas vezes à generalidade das empresas nossas concorrentes. Hoje, temos aqui atividades na empresa que são feitas não por nós, mas por gente que subcontratamos e que têm uma relação de quase exclusividade connosco. Isso ajuda a amortecer muito os picos de trabalho e de negócio que a Enforce tem e esse é, se calhar, um segredo que estou a revelar do nosso sucesso.

P – Em que áreas opera a Enforce, sediada no parque industrial do Canhoso, e em que países desenvolve a sua atividade?

R – A empresa tem fundamentalmente duas grandes áreas. Uma é a dos serviços, com todo o desenvolvimento de projetos de infraestruturas, de telecomunicações, eletricidade, climatização e toda a componente da certificação energética e auditorias energéticas. Depois, temos outra grande área a que chamamos de energia e onde, dentro da tecnologia das renováveis, nos focalizámos no solar fotovoltaico. Estamos neste momento em quatro países: Espanha, Angola, Moçambique e Roménia, onde temos uma empresa própria. Nos outros, temos um parceiro local para nos representar. Basicamente, nestes países estamos a desenvolver projetos fotovoltaicos e também um pouco de fornecimento de eficiência energética.

João Nuno Serra

«Se não apostarmos nos recursos humanos
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