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“Se eu tivesse uma vaca” foi o grande vencedor do CineEco 2013

O festival levou a Seia os melhores do cinema “ecológico” pela 19ª vez

O filme “Se eu tivesse uma vaca” (Si yo tuviera una vaca), da realizadora espanhola Norma Nebot, venceu a 19ª edição do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra de Estrela e conquistou a Campânula d’Ouro. A curta-metragem documental, distinguida com o Grande Prémio Ambiente de 2.500 euros, retrata de forma criativa e enérgica a realidade vivida no Burkina Faso, no continente africano.

O humor, o otimismo e o sonho cruzam-se em 21 minutos de narrativa, onde as vacas são a figura central e, apesar de parecerem ossudas e frágeis, são capazes de revolucionar o quotidiano das famílias – com recurso ao arado. «Se eu tivesse uma vaca… Como mudaria a minha vida»: é uma das frases que marca os destinos de uma história que se constrói animadamente, procurando mostrar que as ideias simples podem mesmo mover montanhas. Após ter “viajado” por uma dúzia de festivais um pouco por todo o mundo, “Se eu tivesse uma vaca” garantiu no sábado o quarto prémio, depois de “Melhor curta-documentário” no Festival Internacional de Cine de Pasto (Colômbia) e de “Melhor Documentário” e “Prémio Audiência” no Iº Festival Internacional Naturman de El Hierro (Espanha).

Na competição da Lusofonia também foi uma realizadora espanhola a festejar, já que “Meu Pescador, Meu Velho” valeu a Amaya Sumpsi, residente em Portugal, o Prémio Camacho Costa e 1.500 euros. O filme explora as vivências da comunidade pesqueira de Porto Formoso, na ilha de São Miguel (Açores), naquele que é o testemunho de sete anos de gravações. As mudanças da população e da paisagem envolvente pautam o ritmo de uma obra em que os homens e mulheres de Porto Formoso falam de si próprios e revelam, sem preconceitos, as suas rotinas, problemas e desejos.

Já o Prémio Panorama Regional – no valor de 600 euros –, que teve sete obras a concurso, distinguiu “Transparências Perdidas”, da autoria de Mário Pereira, Vítor Brito e Carlos Amaro. O filme explora e redescobre as consequências dos incêndios florestais que afetaram a Serra da Estrela e que influenciam, de modo avassalador, a manutenção e equilíbrio da sua vegetação. O trio arrecadou ainda uma menção honrosa (panorama regional), atribuída pelo Júri da Juventude.

O CineEco premiou também, na competição internacional, “Damocray”, de Todd Southgate, com o Prémio Antropologia Ambiental, “Vamos Salvar os Alimentos” (Food Savers), de Valentin Thurn, com o Prémio Educação Ambiental, e “Tradicional Mobília Irlandesa” (Iris Folk Furniture), de Tony Donoghue, com o Prémio Curta-Metragem; e, na competição da juventude, “Metamorfose (Metamorphosen), de Sebastian Mez, com o Prémio Juventude Longa-Metragem), e “Thilafushi Gon’dudhoh – Desperdiçar destino final nas Maldivas” (Waste final destination in Maldives), de Giulio Pedretti e Roberto Carini, com o Prémio Júri da Juventude Curta-Metragem.

Sara Quelhas Norma Nebot filmou no Burkina Faso, onde uma ideia simples pode fazer a diferença

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