Desde que começaram a ser publicadas, no século XVII, as revistas científicas passaram a desempenhar um papel fundamental no processo de comunicação da ciência. Surgiram como uma evolução do sistema particular e privado de comunicação que era feito por meio de cartas, entre os investigadores, e das actas ou memórias das reuniões científicas.
Tornaram-se a principal fonte de comunicação, adquirindo um estatuto superior aos próprios livros e monografias, especialmente por dois motivos: a prioridade na publicação das descobertas e o custo da produção. Essas pressões estavam intimamente ligadas pois, se a primeira foi causada pela demora na publicação das monografias, que comprometia a propriedade da publicação, a segunda foi consequência da extensão desses trabalhos, que dificultavam e aumentavam os custos da impressão.
Os cientistas resolveram esses dois problemas mediante a publicação das suas pesquisas em partes. Assim, os resultados logo apareciam, ficando assegurada a prioridade da descoberta e o custo não era tão elevado, se comparado com a publicação de um livro muito volumoso.
Essa forma de comunicação, assim dividida, não satisfez por completo a Comunidade Científica devido, principalmente, à divisão dos assuntos em partes. Outra dificuldade que os cientistas enfrentam é a publicação de artigos.
A publicação de um artigo científico é, em geral, um processo penoso e, até certo ponto, burocrático. Além do evidente trabalho de escrever o artigo, é preciso submetê-lo a uma revista apropriada e esperar uma resposta positiva por parte do editor da mesma. Daí até à publicação efectiva, o artigo ainda passa pela revisão dos pares. Na maioria das revistas, da aceitação do artigo à publicação, existe um hiato de, em geral, um ano. Dependendo da revista, esse período pode aumentar ainda mais, eventualmente, chegando a três anos. Desta forma, é muito vulgar os cientistas apresentarem os seus trabalhos aos colegas antes deste ser publicado.
Esta necessidade dos cientistas que têm de apresentar os seus trabalhos, o mais rapidamente possível, e, em primeiro lugar, relativamente aos seus pares, conduziu à utilização das novas tecnologias para a divulgação dos seus resultados. Destacam-se novas ferramentas da Web. 2.0., em especial, as redes sociais, que permitem comunicarem em tempo real com qualquer ponto do planeta. Com a mudança do paradigma da comunicação da ciência do papel para a rede começa a surgir um upgrade da Ciência – Ciência 2.0.. A Ciência 2.0 refere-se, geralmente, a novas práticas de cientistas que publicam resultados experimentais, teorias nascentes, reivindicações de descobertas e projectos documentais na Web. Este novo paradigma apresenta, tal como todos os outros, defensores e opositores. Os defensores dizem que estas práticas de “livre acesso” tornam o progresso científico mais colaborativo e, portanto, mais produtivo, ao passo que, críticos dizem que os cientistas que colocam resultados online correm o risco de que outros copiem e explorem os seus trabalhos para ganharem credibilidade na comunidade, ou mesmo, para registar patentes.
Apesar dos prós e contras, os sites de Ciência 2.0 começam a proliferar, como por exemplo, estes 10 sítios do web 2.0.:
1) CiteULike
2) Complore
3) Connotea
4) Dissect Medicine
5) iBridge Network
6) Postgenomic
7) ScienceHack
8) Scirus
9) ScientificCommons
10) SciTalks.com
Por: António Costa