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São Miguel precisa de uma nova escola do 1º Ciclo

O aumento da população escolar na freguesia poderá provocar sérios problemas nos estabelecimentos de ensino que já estão lotados, no próximo ano lectivo

Numa altura em que a Ministra da Educação prevê encerrar vários estabelecimentos de ensino por falta de alunos, a freguesia de São Miguel, na Guarda, confronta-se com um problema de excesso de alunos e falta de escolas.

A questão foi levada à última Assembleia Municipal pelo presidente da Junta de Freguesia de São Miguel, João Prata, que está «bastante preocupado» com a situação. Por isso, na sua intervenção recordou a «obrigação» da autarquia de fazer uma nova escola do 1º Ciclo e chamou a atenção para a requalificação do edifício escolar da Sequeira. Se alguns estabelecimentos de ensino vão fechar por falta de alunos, «nós, ao contrário, temos gente mais do que suficiente para reclamar este direito que é a educação pública com qualidade», defende o edil da Junta. O problema vai acontecer no próximo ano, quando «se prevê que as escolas da freguesia entrem em ponto de ruptura», dá conta João Prata. Dando como exemplo a Escola Básica do 1º Ciclo da Sequeira, actualmente, com cerca de 100 alunos, com apenas quatro salas, ou a Escola Básica da Estação, com 215 a 220 alunos, que é uma das maiores escolas do distrito. Ambas precisam de obras urgentes e as duas estão a “rebentar pelas costuras”. No caso da Sequeira há duas opções: «ou é integrada nas instalações da EB2, 3 da Sequeira ou o velho edifício terá que sofrer obras de reestruturação inadiáveis», sugere João Prata. Para além de ser «uma das poucas, ou senão a única escola da cidade, que ainda tem aquecimento a lenha», frisa o edil. Para o presidente da Junta, esta é uma «falha grave», pois já solicitaram «várias vezes» à autarquia que substituíssem pelo aquecimento a gás, o que ainda não se verificou. Pedidos a que o vereador com o pelouro da Educação, Vergílio Bento, terá respondido negativamente, alegando que a Câmara Municipal já realizou essas obras na Escola Básica do 1º Ciclo da Estação.

«Esse estabelecimento sofreu pequenas obras de cosmética há uns anos, as quais já nem se notam», refuta João Prata, acrescentando que neste momento, «entra muito frio nas salas de aula e o soalho está muito danificado, além da falta de espaço». Ou seja, também não oferece condições pedagógicas e educativas, para funcionar a tempo inteiro, como prevê a nova reforma educativa. Além do mais, a autarquia já em 2001 tinha anunciado a intenção de construir uma nova escola primária, «tendo negociado até um terreno», próximo do Jardim de Infância de São Miguel, recorda. Entretanto «passaram quatro anos e nada foi feito», relembra o presidente da Junta. Neste momento, os estabelecimentos de ensino da freguesia «não têm capacidade para responder ao número de crianças que ali existem», sublinha o responsável.

Falta de condições afugenta alunos

Em São Miguel, a população é maioritariamente jovem, com muitas crianças «quase próximas do milhar, que se obrigam a funcionar em horário duplo da manhã ou da tarde sem sequer sobrar espaço para cumprir o novo regime a tempo inteiro, porque, simplesmente, não há espaço para tal», lamenta João Prata. No total, há cerca de 600 crianças a frequentar as escolas do ensino oficial, do pré-escolar e do 1º Ciclo na freguesia, fora as que estão matriculadas no ensino privado. Mas este é um número «com tendência a aumentar», por várias razões, nomeadamente, «por causa da nova organização escolar», que pretende fechar escolas nas aldeias próximas e trazer algumas dessas crianças para a freguesia. Por outro lado, há um notório aumento da população escolar, por causa da proliferação dos bairros. Actualmente, os estabelecimentos escolares da freguesia «já estão lotados e, na sua maioria, sem condições», constata. E ainda «há quase uma centena de crianças que não frequentam estes estabelecimentos», e acabam por ir para fora da freguesia.

Patrícia Correia

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